Leitura na quarentena

por equipe da biblioteca

 

Leitoras e leitores dessa quarentena! A leitura, assim como diversas outras atividades da nossa vida, foi bastante afetada por essa pandemia. São tantos estímulos, tantas dificuldades com distanciamento social e home office, tanto tédio que, por vezes, deixamos a leitura de livros um pouco de lado. Mas lemos sempre: quando assistimos um filme, quando conversamos com alguém ou quando olhamos pela janela o movimento da rua (ou a falta dele). A concentração para sentar e ler um livro (em papel ou eletrônico) tem-nos sido contada como uma grande dificuldade. Então nossa equipe resolveu contar como está sendo a rotina de leitura dentro da casa de cada um/uma:

 

Fernanda Perez:

Já há algum tempo tenho dividido minhas leituras entre os textos literários, minha paixão desde sempre, com textos de estudo, aqueles teóricos, e documentos históricos. Pode parecer chato ter que interromper aquela leitura de que gostamos por uma leitura dita obrigatória, como pode parecer o meu caso, para uma pesquisa. No entanto, fiz a feliz descoberta de que LER é a minha paixão desde sempre. Independe do gênero de texto. Depende muito mais do meu interesse e da curiosidade por determinado assunto ou acontecimento da vida. Ou seja, uma vez que decido fazer uma pesquisa, ao definir o tema dela, minha escolha estará vinculada a algum assunto pelo qual tive curiosidade, quis xeretar, conhecer melhor ou saber mais. Claro que às vezes eu cruzo com textos cujos pensamentos me desagradam por serem diversos dos meus, mas até esses “angus com caroço” são bem-vindos. Nesse sentido, ler textos de ficção ou de pesquisa atende um desejo meu … por conhecer. Conhecer outros mundos. Fantásticos ou reais. Atuais ou passados. Outros personagens, herois e heroínas da fantasia ou da história real. E até outros idiomas. O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que o importante é ler: gibi, quadrinhos, literatura, biografias, enciclopédias, dicionários, manuais, fotobiografias, artigos científicos, revistas e até bula de remédio, enfim, ler…quando lemos vários sentidos e sentimentos são despertados. Acionamos mecanismos mentais cognitivos e fisiológicos que nos ajudam a compreender melhor sobre nós e o mundo em que estamos. Afinal, você já não ouviu dizer que as leituras contribuem para entendermos melhor o mundo? Então, Aproveita pra ler! Eu estou lendo Água Funda de Ruth Guimarães.

 

Fernando Santos:

Eu também fui vítima da ilusão de que a quarentena me permitiria tirar o atraso daquela lista de leitura que cresce mais depressa do que os cabelos de um confinado. Às vésperas do isolamento, minha meta era modestíssima: um livro de contos do H. P. Lovecraft que eu queria avaliar (O horror de Dunwich) e um estudo etnográfico do meu interesse sobre os nativos de um arquipélago na costa da Nova Guiné (Os argonautas do Pacífico Ocidental, de Bronislaw Malinowski). Ambos permanecem próximos à minha cabeceira e ainda inéditos para mim. 

Então, no meio do caminho tinha uma pandemia, e com ela a leitura de um turbilhão de artigos, notícias, relatórios, protocolos, e-mails, mensagens, comunicados, leis, pareceres, normas, questionários, tudo relacionado ao SarsCov-2 e à Covid-19, nos idiomas mais variados que se possa imaginar, e ainda tendo de se esquivar do fenômeno de fake news, do lobby político, do lobby econômico e de outros promotores do anticientificismo devotos do terraplanismo. 

Mas houve também a necessidade por ofício de reler vários clássicos para o trabalho com os(as) alunos(as): Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto; Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo; Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez (minha leitura favorita da quarentena, até o momento); a poesia do Drummond; as crônicas contemporâneas da Eliane Brum; ensaios e artigos literários, históricos, filosóficos, científicos, artísticos, sociais, políticos, econômicos e tudo mais que a sede por informação que uma comunidade escolar pode e deve ter. 

Assim como muitas pessoas, adquiri novos hobbies durante esta permanência doméstica. Desenvolvi um interesse acentuado pelo cultivo de plantas e a criação de peixes ornamentais que demandou cavar espaço para a leitura de obras de aquariofilia e botânica. Estou sempre consultando algum livro do prof. Harri Lorenzi, sendo o último que li de capa a contracapa recentemente foi o seu Cactos e outras suculentas para decoração. 

Enfim, ler é o que eu mais fiz e faço, seja em quarentena ou não, por ofício e desejo próprio. O importante é sempre buscar o prazer de uma novidade que te acrescenta uma nova camada de compreensão do mundo ou que te impacta simplesmente pela originalidade estética que somente a leitura de um belo texto é capaz de proporcionar. Essa busca, tal como aquela lista de leitura, nunca tem fim.

 

Lucas Meirelles:

Bom, no começo da quarentena separei os grandes livros que quero ler e estão separados há um bom tempo: “Grande Sertão: Veredas”, “Moby Dick”, “Graça infinita”, etc e falei: “agora vai!”. E não foi. Ansiedades, trabalho, medo do coronavírus, mudanças foram me tomando e a literatura não me dava mais vontade ou prazer. Parei um pouco de pensar sobre e dei um tempo nas leituras. Tempos depois, peguei um livro de não-ficção, sobre o conflito no Oriente Médio, Curdistão, Rojava y otras milongas más (que já estava me aguardando a leitura há um tempo) e, apesar de bem denso, fluiu bem a leitura. Comecei depois a ler ficção científica, mais precisamente alguns livros da Ursula K. Le Guin (“A mão esquerda da escuridão”, “Os despossuídos” e “A curva do sonho”). Foi um retorno à infância/adolescência quando lia bastante esse gênero e gostei bastante dessa volta. Nesse meio tempo foi acontecendo o VilaLê (clube de leitura do F2 da escola). Com encontros online agora nós lemos um livro inteiro já: “Anne de Green Gables”, de Lucy Maud Montgomery. E estamos lendo nesse momento “Os três mosqueteiros”, de Alexandre Dumas, um grande romance de capa e espada com a história da França como pano de fundo. Acabou que vou ler pelo menos um romance bem grande na quarentena! 🙂

 

Paula Lisboa:

Sempre fico com a sensação que eu poderia e deveria ler mais, e nesse período de quarentena não está sendo diferente. Achei que eu teria mais tempo pra pegar um livro e me entregar pra leitura sem hora pra parar. Na prática não foi bem assim, pois durante o dia inteiro eu preciso me dividir em diversas funções: trabalho, casa, filhos… Ao longo desses meses comprei alguns livros pela internet, tanto pra mim (O Conto da Aia, Moqueca de Maridos) quanto para meus filhos (Anne de Green Gables, Os Três Mosqueteiros, Fluxo-Floema), e a gente tem um combinado de sempre conversar sobre o que estamos lendo. Às vezes também lemos em voz alta um trecho que gostamos ou sentamos pra ler um conto juntos. Isso é uma boa dica pra gente não esquecer de incluir a leitura na nossa rotina: combinar de ler junto e conversar sobre a leitura com as pessoas que moram com você. Um livro que nós três gostamos de ler juntos é o Mais de 100 Histórias Maravilhosas, da Marina Colasanti. Além dos livros de contos e romance em capítulos, nessa quarentena também li alguns livros de estudo e muitos artigos na internet. Afinal, nunca paramos de estudar, estamos sempre aprendendo!

 

E vocês? O quê estão lendo? Estão com dificuldades? Conta pra gente!

Bebês também ouvem histórias!

Por Paula Lisboa

De maneira geral sabemos que bebês gostam de ouvir as vozes das pessoas ao seu redor, são curiosos, interessados em tudo que veem, sensíveis às diferentes linguagens e abertos aos estímulos. Para serem bons leitores, só o que precisamos fazer é ler para eles! Ler para as crianças desde bebês pode trazer benefícios para o desenvolvimento da linguagem, ampliar seus recursos interiores e estimular sua capacidade de imaginação – além, é claro, de iniciar desde cedo sua relação com o objeto livro, e proporcionar momentos de estreitamento de vínculo entre o adulto e o bebê.


O livro sozinho não é nada demais, somente um objeto parado sem grande significado. Quando escolhemos um livro e sentamos com a criança, olhando juntos para o mesmo objeto, apreciando as ilustrações, dedicando nosso tempo e atenção para a mesma história, isso cria um momento de afeto marcante na memória emocional do bebê. O importante nesse momento não é a compreensão racional da história, nem acompanhar o desenrolar da narrativa. O importante é a troca de afeto, assim como a nutrição emocional e cultural que estamos proporcionando a eles. Um momento diário para a leitura é um prato cheio para a saúde emocional do bebê!

Como explica a pedagoga Edi Fonseca, especialista em contação de histórias e pesquisadora da leitura para bebês: “Isso é alimento afetivo, alimento emocional, bagagem cultural para o resto da vida.”

Considerando sempre que não precisamos exigir do bebê ou da criança pequena a atenção focada por muito tempo nem a compreensão completa da narrativa, levantamos algumas dicas de como aproveitar ainda mais esse momento de troca e encontro.

Com relação à escolha do texto, um tipo de texto que eles gostam muito são aqueles que brincam com as palavras, com rimas, ritmos, jogo de som. Isso porque os bebês são especialmente atraídos por todo tipo de musicalidade e ritmo. Poesias, parlendas, jogos com palavras, brincadeira fonéticas, histórias de repetição são ótimas escolhas!

Buscar histórias e livros que você goste vai trazer ainda mais afeto nessa relação, lembre-se disso na hora de escolher o que ler. Busque livros que atraiam a sua atenção, que você também aprecie e tenha prazer em ler.

Temos uma larga oferta de livros infantis no mercado, busque escolher livros que são obras de arte, que proporcionam boa apreciação estética, que provoquem os sentidos. Belas ilustrações que ampliem as expressões de representação do mundo, fugindo das imagens padronizadas e simplistas, de traços infantilizados ou estereotipados.

Na hora de fazer a leitura não é necessário simplificar a linguagem ou explicar demais o que está acontecendo. Basta confiar na capacidade do bebê de apreensão do mundo em toda grandeza, assim como acreditar que boas referências resultam em uma boa bagagem conforme acontece o desenvolvimento da linguagem. Ainda que não compreendem racionalmente o texto, vão aprendendo palavras, nomeações, sons, ritmos, imagens…

Por outro lado, você pode ter a liberdade de explorar a sua maneira de contar aquela história, sem excesso de rigor na leitura do texto exatamente igual como se apresenta. Caso sinta vontade de modificar palavras, acrescentar interjeições, fazer comentários com expressão facial, tudo é permitido! O importante é estar à vontade para interagir com a narrativa presente no livro, fazendo da leitura um momento de fruição criativa e envolvente.

 

Por fim, não se decepcione caso a criança levante, mexa o corpo, saia e volte durante a leitura, fale junto com você, adiante ou volte as páginas. Nada disso significa falta de interesse ou atenção, mas tão somente a maneira como eles envolvem o corpo inteiro em suas atividades.

É uma delícia ler com uma criança, aproveite!!

AS APARÊNCIAS ENGANAM

por João Marcello
6ºC – Unid. Butantã

Resultado de imagem para A Escola do Bem e do MalTítulo: A Escola do Bem e do Mal
Autor: Soman Chainani
Editora: Gutemberg
316 páginas

O livro “Escola do Bem e do Mal”, do autor Soman Chainani, conta a história de duas garotas, Sophie que é linda perfeita e dedicada ao bem, e Agatha que só veste preto e faz coisas más, elas moram em Galvadom onde de quatro em quatro anos duas pessoas são levadas de noite (uma boa e uma má) e são levadas para a escola do bem e do mal, e isso acontece com as protagonistas, porém quando elas acordam pensam que trocaram de escola porque a boa está na escola do mal e a má está na escola do bem e tentam destorcar.

Um dia elas resolvem fugir da escola e acabam em uma torre que era proibida e vem uma pena que começou a escrever uma história, que era a história das duas, então diretor da escola aparece e fala que ele deixa elas irem embora se elas desvendarem um enigma (O que o mal deseja que o bem não vive sem?), elas desistem e tentam achar outro jeito de sair, mas as duas começam a mudar, Sophie começa a vestir preto e fazer coisas más, enquanto Agatha começa a se arrumar e a sorrir e fazer boas ações.

No dia do baile das duas escolas Sophie manipula os sempre (quem estuda na escola do bem) para atacar os nunca (quem estuda na escola do mal) e Agatha impede as escolas de se matar, e então acaba o livro.

O livro “a escola do bem e do mal” representa que as aparências enganam tanto que alguém pode parecer de um jeito e ser totalmente diferente. As meninas são tão enganadas por suas próprias aparências que pensam que são algo que não são, por exemplo quando Agatha consegue realizar seu desejo e a professora Dovey diz: “Você conseguiu fazer seu desejo se tornar realidade um ato que só pode ser feito por alguém com coração puro”.

E quando Sophie tira a magia de um ganso dourado e Castor, um dos professores mais malvados, diz: “o ganso preferiu abrir mão de sua magia ao invés de ajudá-la é o ato mais maléfico que já vi em toda minha vida minha vida” esses dois comentários são coisas surpreendentes porque os dois professores são o extremo de sua matéria e até eles se surpreendem.

Nesse livro é bem fácil perceber que as meninas estão mudando, porque os detalhes estão nas atitudes dos personagens, como na parte em que Sophie não ajuda Tedros porque acha que ele gostaria assim mas na verdade ela só não quis ajudar por egoísmo. Esse livro é cômico e tem ótimos personagens e uma linguagem como a de um conto de fadas é um bom livro para crianças e adolescentes.

MEU AMIGO JIM

por Leonardo Souza Martins
6ºA – Unid. Butantã

Título: Meu amigo Jim
Autor: Kitty Crowther
Editora: Cosac Naify

O livro “Meu amigo Jim” apresenta um pássaro melro chamado Jack, que mostra detalhadamente como ele gosta do mar e a sua amizade com Jim, a gaivota. Uma relação sem brigas, só com bons momentos. O autor também remete ao preconceito de raça.

Na verdade os momentos em que há preconceito ocorrem quando seu amigo Jim convida Jack, o pássaro preto, para conhecer sua casa em uma ilhota. Ao chegar na ilha, todas as gaivotas brancas olham de um modo estranho para o melro. Jack pergunta a seu amigo o por que o olhar estranho. Jim responde: “ É normal. É a primeira vez que veem um pássaro todo preto.” Pelas imagens, todas as gaivotas olham de cara feia ou assustada para Jack. Assim, há uma passagem que mostra as gaivotas rejeitando Jack, dizendo que ele é uma ave esquisita, que não gostam dele. O melro fica triste e volta para casa com seu amigo. Não podemos maltratar os outras pela sua aparência.

Percebemos que o autor mostra os sentimentos que os negros sentem quando os maltratamos deste jeito, quando declaramos que eles são esquisitos, que não importam. No final do livro Jack descobre um baú cheio de livros que ele então começa a ler. Toda noite lia um para Jim, mas uma gaivotinha escutava às escondidas. Ele conta para sua mãe que o pássaro preto lia muito bem. A mãe o visita, e ama a história. Surpreendida conta para suas amigas sobre Jack e suas histórias, que conta para o resto da vila. A cada dia novas visitas batiam na porta, e toda a noite todas as gaivotas ouviam uma história contada por Jack. Este trecho da história nos dá o olhar que as pessoas com pele escura também tem dons que agrade os outros. Todos tem algo de bom para compartilhar com os outros, todo mundo pode servir alguma ação que agrade.

A história calma dá a visão do afeto sentimental humano pelos negros, a tristeza. Como a espécie mais inteligente (humana) maltrata a si mesma por um motivo bobo, a cor da pele?

VERDADEIRA AMIZADE

por Antônio Terahata Scatolini Menten
6ºA – Unid. Butantã

Título do conto: O amigo devotado
Livro: O jovem rei e outras histórias
Autor: Oscar Wilde
Editora: Ática

No conto “O amigo devotado”, um pintarroxo* explica o que é um mau exemplo de companheirismo a um ratão do banhado e a uma pata, narrando a história da amizade de Hans e do Moleiro, ambos de classes sociais muito desiguais, porém Hans ainda continua a deixar ser aproveitado pelo Moleiro, o mais rico dos dois.

Nesta obra, o autor Oscar Wilde esconde muitos significados, pequenos, porém profundos, como a forte vontade de continuar a ter um amigo, sem perdê-lo em qualquer circunstância, até sacrificando muitos, de seus próprios bens, somente para agradar o outro: “O pobre e pequeno Hans estava muito ansioso para ir trabalhar no seu jardim, pois havia dois dias que suas flores não eram regadas, mas não lhe agradava recusar um pedido do Moleiro, já que era seu grande amigo” este trecho do livro passa uma idéia, de ser uma obrigação ajudar um amigo, e não algo bom e agradável, outro dos motivo de não ser uma boa amizade e sim, um tipo de exploração.

A amizade entre o Moleiro e o pequeno Hans é a pura exploração. Hans é um jardineiro muito bom em sua profissão e que ama seu jardim, porém o Moleiro todo dia de primavera, verão e outono vai buscar flores no jardim de Hans, dificultando a vida do pequeno jardineiro. O inverno é a única época que o Moleiro não visita Hans pois ele não tem flores para vender, tornando esta a época mais difícil para Hans pois ele ganha a vida vendendo suas flores.

Uma certa noite escura e chuvosa, o filho do Moleiro cai da escada, se machucando, em vez de chamar o médico o Moleiro foi até a casa de Hans, pedindo a ele que fosse e chamasse o médico, mesmo Hans pedindo emprestada a lanterna do Moleiro pois estava escuro, o tal nega pois nada de errado pode acontecer com a lanterna que era nova, então Hans vai até o médico e o chama mas, ele só tem um cavalo então Hans tem de voltar a pé, a chuva estava muito mais forte e Hans se perde. Na manhã seguinte seu corpo é encontrado em um buraco fundo que tinha enchido de água.

Na narrativa, Hans é a pura devoção feita de afeição tola, e o Moleiro é a manipulação derivada do aproveitamento.

*um pássaro

SEGUINDO A SI PRÓPRIOS

Título: Entre Cabras e Ovelhas
Autor: Joanna Cannon
Editora: Morro Branco
472 páginas

Resultado de imagem para Entre Cabras e OvelhasEm uma pequena Vila no Interior da Inglaterra, o misterioso sumiço da Sra. Creasy é o novo assunto das fofocas da vizinhança. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu ela, mas todos arriscam opiniões sobre o seu desaparecimento. Mas mesmo com diversos julgamentos, as pequenas Grace e Tilly não se conformam com as opiniões alheias e passam seus dias à procura de novas pistas, de porta em porta. Mais uma porta a bater para Grace e Tilly, mais um segredo a esconder para os adultos. Essa é a história relatada por Joanna Cannon em seu livro “Entre Cabras e Ovelhas”, publicado no ano de 2016.

Na prolongação da leitura é bastante questionável o porquê do título do livro, mas em um certo momento do enredo o padre, personagem coadjuvante, diz a seguinte frase: “As pessoas são como cabras e ovelhas, se se desviarem da estrada ou pararam de seguir seus pastores, se perdem, e se elas se perdem é preciso que se achem novamente”. Essa frase é totalmente reveladora, pois com ela podemos ver que o título se aplica totalmente ao enredo.

O livro mostra como na vida existem dois tipos de pessoas: Os pastores, os que guiam, os que criam, os que escolhem, os que influenciam. E as cabras e ovelhas, as que seguem, as que  indiretamente são influenciadas, as que não escolhem. Mas mesmo os pastores são cabras e ovelhas, mesmo os pastores acabam seguindo outros pastores.

A obra trata de forma sutil como indiretamente a sociedade está cheia de seguidores sem rumo com o propósito de se encaixarem. Em sua frase, o padre comenta que é preciso se encontrar caso se perca, isso mostra a necessidade do ser humano de se encaixar, de não se perder, mesmo se quando perdidos acabamos nos achando mais do que localizados. Ninguém está livre de seguir o que a sociedade impõe, incluindo os ditadores de padrões. A obra consegue nos fazer pensar em diversos ângulos, “Entre Cabras e Ovelhas é uma excelente experiência literária para refletir”.

MEDO OCULTO ENTRE AS PÁGINAS

por Mariana Sequeira Rocha
6ºA – Unid. Butantã

Resultado de imagem para Fallen Lauren Kate CAPATítulo: Fallen
Autora: Lauren Kate
Editora: Galera Record
406 páginas

Uma cidadezinha normal, igual a maioria das outras, onde na maioria dos dias o Sol brilha constante no céu, onde tudo era legal, onde tudo parecia perfeito, tão perfeito que até se tornava um tanto assustador, é o cenário onde o livro “Fallen”, de Lauren Kate, se passa. Ali era onde vivia a protagonista dessa história, Lucinda, uma menina de 16 anos que sempre viu sombras a sua volta, vultos pretos, e sombrios, rodeando seus momentos felizes, escuros e amedrontadores, trazendo apenas o medo e a escuridão para sua vida.

Antes ela as via perto de lagos, rios, ou lagoas escuras, onde o Sol não se expunha. Ou de florestas, estranhas e com uma neblina densa, que deixava as pálpebras de Luce pesadas, na maioria das vezes, como se pudessem se fechar a qualquer momento, deixando que no momento em que elas se fecharem o corpo caísse junto ao chão, fazendo com que ela acordasse com o impacto. E onde, em uma noite com o céu totalmente escuro, onde não havia nenhuma estrela sequer, foi nesta noite que aconteceu, aconteceu o inesperado, aconteceu algo que mudaria completamente sua vida.

Em uma floresta escura, com um lago perto dela, um pouco afastado da cidade, foi onde houve um incêndio. Esse cenário invadia a cabeça da garota diversas vezes depois do incidente, e não tinha nada que ela pudesse fazer para tirá-la de lá. E isso trouxe mais sombras para perto dela, as lembranças frequentes de um lugar e de uma noite, que a aterrorizava a qualquer momento. E depois daquilo tinham mais vultos lhe seguindo e lhe assustando. Se espremendo por baixo de portas, percorrendo quilômetros em segundos, tomando conta do tempo, e das lembranças de Luce. Depois de um tempo, depois do que aconteceu perto de uma floresta, a menina começou a vê-las em qualquer lugar e a qualquer momento.

As sombras representam o medo, que aparece em todo o momento, e de repente, invadindo lugares, quebrando barreiras, porém todos falam que isso é coisa de sua cabeça. Ninguém mais vê, apenas você, o que faz tudo ficar mais assustador. Isso também acontece com as sombras de Luce. Isso acontece com ela. Luce sente medo daqueles misteriosos vultos a sua volta, perto dela, mais precisamente, ela sente medo do medo. Medo de sentir medo.

Elas aparecem em qualquer momento, e cada vez conseguem fazer mais coisas com a garota. No começo nunca haviam encostado nela, apenas aparecido de vez em quando, aqui e ali, sem nem chegar perto da garota, mas depois de um tempo começaram a puxá-la, empurrá-la, jogá-la contra paredes, arremessá-la no chão, e até afastá-la daqueles que ama.

As sombras ocupam discretamente todos os momentos felizes de Luce, nos sonhos, nas lembranças, nos sentimentos, e em tudo que ela acredita e que a faz feliz, se escondendo em cada página da história da menina, aterrorizando até os momentos mais bonitos. E quando as sombras finalmente tem forças o suficiente, tomam conta dessa felicidade, aos poucos, tirando dolorosamente tudo o que ela ama de perto dela. Afastando tudo aquilo que pode fazê-la parar de temê-las. Fazendo com que ela fique longe daqueles que podiam protegê-la.

Um dia, assim que entra no internato Sword & Cross, Luce conhece um menino chamado Daniel. Assim que olhou para ele, as sombras tomam conta do lugar. As sombras estavam se movendo por todo lugar, tapando a visão de Luce, do menino, elas estão como se implorando para que ela não prestasse atenção nele. Como se implorando para não cometer o mesmo erro de sempre.

Mas que sempre? Nunca havia visto aquele menino na vida, apesar de sentir que já lhe conhecia, de algum lugar desse longo mundo. Nunca havia falado com ele, apesar de sentir sua voz vibrando dentro de seu peito, apesar de ouvir isso em sua mente. Ela nunca havia visto ele correndo, apesar de saber que ele era bem rápido. Ela nunca havia o abraçado, apesar sentia que quando fizesse isso ela se sentiria voando pelos ares. E no momento em que ela o viu, ela soube que a amava , mas  que não podia amá-lo. E isso a assustou. Sentia que ele lhe escondia alguma coisa, mesmo não o conhecendo. Ela sentia que ele sabia de algo que ela não sabia, ou que, pelo menos não deveria saber. Não podia saber, como se aquilo pudesse prejudicá-la. Como se o conhecimento pudesse ferir alguém. Pode. Sempre pode. E sempre poderá. Principalmente com Lucinda.

“Todos acreditam em alguma coisa.”. E ela acreditava, sim, acreditava, e como acreditava. Acredita que algum dia ela conseguiria afastar aquelas sombras de perto dela. Acreditava que valia a pena lutar pela única coisa que não era traiçoeira, pela única coisa que trazia paz a ela, pela única coisa que as sombras não podiam tirar de perto dela. O amor.

As sombras representam um pouco o medo do que é real, o medo em si, o medo de estar ali naquele momento, e não ser salva, e morrer dentro daquela escuridão. Morrer por aquilo que todos acham que é irreal, morrer por aquilo em que você nunca deveria ter acreditado.

Todos temos medos, coisas que nos assustam, e todos sabemos o que é se sentir sufocado por algo irreal. Se sentir preso por um nada, por algo que não deveria conseguir te manipular, mas quanto mais forte o seu medo é mais ou menos, mais ele consegue mandar em você. Nós temos medo de sofrer por algo que obviamente não existe, ou que pelo menos não deveria existir. Todos nós sabemos o que é saber que algo não vai te fazer mal, que nem as sombras da Luce no começo, que apenas apareciam e não lhe faziam nada. Mas mesmo assim temos medo, e tentamos evitar tudo que faz com que aquele sentimento pare.

“Era difícil de explicar, mas subitamente se deu conta de que, assim como ela, todo mundo tinha um passado. Todos provavelmente escondiam coisas que não queriam dividir. Mas ela não conseguiu concluir se isso a fazia se sentir mais ou menos isolada.” Todos à volta de Luce tinham histórias tão aterrorizantes quanto a de Luce, às vezes até mais, mas que haviam às vencido, e que todos tinham vencido o medo que aqueles lembranças traziam para perto dela. Agora era a vez de Luce, e isso a assustava, como quase qualquer coisa que lhe lembrasse das perseguições que aqueles vultos faziam.

A Lauren Kate apresenta muito bem o medo nas páginas desse livro, e, nas mesmas páginas, Luce vive e conta sua historia, novamente e repetitivamente, depois de 17 anos, que sempre foi a mesma, sempre, apesar de alguns detalhes, que mudam a cada certo tempo. E a cada 17 anos, ela volta. Para reviver tudo aquilo, mais uma vez, na esperança de dessa vez conseguir. Na esperança de dessa vez poder descobrir mais coisas sobre si mesma, e não morrer apenas de ouvir certas palavras. Na esperança de dessa vez poder amá-lo.

NEIL GAIMAN, “O LIVRO DO CEMITÉRIO “ E O QUE TORNA SUA OBRA BOA

por Isabelly Mesquita Lustosa
6ºB – Unid. Butantã

Imagem relacionadaTítulo: O Livro do Cemitério
Autor: Neil Gaiman
Editora: Rocco

Neil Gaiman trás um livro absurdamente bom, porque ele faz com que o extraordinário se torne uma coisa normal.

“O Livro do Cemitério”, de  Neil Gaiman, conta sobre o Ninguém, um bebê que fugiu do seu próprio assassinato enquanto o assassino estava matando sua família, de casa foi até um cemitério.

Neil Gaiman traz um livro absurdamente extraordinário. Porque  é um  absurdo, por exemplo, quando o bebê vai  para  um cemitério engatinhando, sabendo que ele mal sabia engatinhar, o autor faz com que isso se torne uma coisa normal. O livro tem um exagero muito grande, que desperta interesse no leitor, que dá uma sensação diferente ao leitor, que faz com que na hora da leitura, ele fique feliz só pelo o fato do  autor  ter tornado aquele absurdo em uma coisa normal.

Neil Gaiman também traz um aspecto sobre as datas dos habitantes, as opiniões dos fantasmas variam de acordo com as várias datas, pois viveram coisas diferentes. E com essa variedade o leitor se pergunta: “Como os fantasmas irão criar  Ninguém, do jeito mais antigo?”. A coisa mais difícil que eles terão que ensinar a Ninguém é como viver dentro do cemitério sem ser visto, pois o perigo está do lado de fora, onde ele pode ser assassinado, e não do lado de dentro, onde está sendo cuidado pelos fantasmas. Como irão responder às perguntas sobre as pessoas que vivem do lado de fora?

Para concluir, Neil Gaiman nos traz um livro onde ele consegue  transformar uma coisa que não e real em uma coisa que “pode” acontecer e nosso dia à dia . Essa obra de Neil Gaiman é indicada  para  leitores  que são adultos ou adolescentes.

OU ISTO OU O LIVRO

por Felipe  Muro Lebensztajn
6ºB – Unid. Butantã

Título: Ou Isto ou Aquilo
Autor: Cecília Meireles
Editora: Nova Fronteira
72 páginas

A obra “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles, é uma obra muito bonita, poética, com vários poemas para refletir e divertir crianças e adultos.

Este livro não é simplesmente um livro infantil para crinças menores, é um livro que mostra muito das  várias fases da vida. Quando uma crinça quer escolher qual brinquedo quer, ou quando um aluno escolher qual materia esdudar, ou quando tem que escolher uma facudade para entrar, ou quando um adulto precisa escolher o nome do filho, ou escolher as escola para os filho, tudo isso são fases que todo mundo vai passar e que uma hora vai ter que escolher “ou isto ou aquilo.”

Sempre, em qualquer situação da vida, você vai ter que abrir mão das coisas para fazer outras, quando uma criança sai da escolinha e vai para o Ensino Médio ela tem que abrir mão de várias coisa para estudar, ninguém pode ter tudo na vida. A todo o momento as pessoas escolhem entre duas coisas porque a vida e composta por nossas escolhas, e a maioria é ou isto ou aquilo.”Ou se calça luvae não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça luva”.

O fato da Cecília meireles ter escrito em forma de poesia  mostra uma beleza , uma forma verdadeira de se expressar, deixa os vários trechos terem uma marca  em  nossas vidas. Uma forma nova de pensar sobre nossos atos, e nossas escolhas. Os contos  fazem com que pareça que não somos simples crianças ou simples aldutos. Ler ideia em prosa e em um poema é totalmente diferente, pois na poesia o leitor percebe a metáfora que o escritor passa e no livro de prosa muitas vezes não percebemos a metáfora que o escritor passa. Concluindo, esse livro e complexo, é dificil, por isso que esse livro pode ser para adultos e não só para crianças menores. Como este trecho que mostra a beleza do poema ” Enquanto chove, bota a chaleira  no fogo: olha a chuva nos feixes de lenha”.

A leitura é  construída com exelente poemas, e é  um excelente livro para jovens e adultos. Emocionando e instigando a pensar sobre seus atos da vida.

DEMÔNIOS DO PASSADO

por Felipe Lotufo Giavina Bianchi
6ºB – Unid. Butantã

Título: Harry Potter e o Torneio Tribruxo
Autor: J.K. Rowling
Editora: Rocco
586 páginas

O livro “Harry Potter e o torneio tribruxo” é a quarta obra da saga “Harry Potter”,  escrita por J.K Rowling. Neste livro, que se passa em um mundo mágico, onde há várias escolas que tem o objetivo de ensinar crianças dotadas. Hogwarts é a escola de Londres e onde a história se passa. Neste volume, acontece um torneio que não era realizado há muitos anos por causa do risco que ele trazia, neste livro, o campeonato é repetido. Várias escolas são convidadas para participar da competição, um aluno de cada escola é escolhido. Porém o malvado Voldemort, que já foi um bruxo da escola de Hogwarts, volta a escola para tentar restabelecer o caos e matar Harry, pois quando o menino era pequeno o bruxo das trevas foi a sua casa matá-lo e a seus pais, mas, por algum motivo, ele não conseguiu matar Harry e tudo que consegui causar-lhe foi uma cicatriz. Que na história volta a doer quando o “perigo” está por perto. No livro, o campeonato tem várias etapas,  desafios de lutar contra criaturas malignas e labirintos enfeitiçados.

A cicatriz dele volta a doer, e nas noites ele tem pesadelos constantes e reais de Voldemort voltando a Hogwarts e restabelecendo o caos. Sua cicatriz, além de doer fisicamente, é também uma metáfora, pois ele lembra do seu triste e disturbado passado, e nos faz entender que não só sua cicatriz abre, mas também a ferida da morte dos seus pais.

Nesta edição do “Harry Potter” ele revive os seus demônios do passado, quando o Lord voldemort e seus aliados os comensais da morte, voltam e atacam o torneio de quadribol que é um esporte praticado pelos bruxos. Eles matam pessoas, elfos, e destroem tudo, a partir dali, Harry começa a ter visões macabras de Voldemort matando gente, e inclusive, da morte do seus pais.

Apesar desta história ser alegre que quando se lê, você imagina o fantástico e encantador mundo mágico, também é um livro triste em que vemos Harry sofrer por causas do seu passado. Todos os alunos o invejavam, pois ele é importante e ele é um dos escolhidos para o torneio tribruxo, inclusive seu melhor amigo, que muitas vezes fica sem falar com ele, pois ele vem de uma família pobre e não muito importante.

Harry fica incomodado com isso pois a maioria dos outros garotos queriam ser como ele e tudo que ele quer é ser um bruxo normal, como todos os outros, e não ter que lidar com os demônios do seu passado. Podemos perceber isso pelo trecho em que ele conversa com sua amiga e ela diz “Você não percebeu o Rony (amigo do Harry) está com inveja.” e ele responde “eu queria ser normal como qualquer outro bruxo, queria ter pais e uma vida comum”.

“Harry Potter e o torneio tribruxo” é um livro muito divertido, em que há partes engraçadas, porém também há suspense e tensão, e neste livro mais do que em qualquer outro, você fica submerso na história.