por Lara Campos de Almeida de Castro Monteiro
6ºA – Unid. Butantã
Livro: A Bela e a Fera
Editora: Universo dos livros
Autor: Elizabeth Rudnick, Cely Couto
216 páginas
Você já percebeu que muito do que você pensa de alguém, todas as suas características ruins, toda a maldade e a arrogância, pode desaparecer com a presença do amor? Que cada palavra que você diz a alguém a provoca um sentimento diferente?
Bela deseja para sua vida muito mais do que sua pequena cidade enfadonha e monótona, Villeneuve, pode lhe dar. Lá, ela é destacada do resto dos moradores por causa de uma independência grandiosa e um estranho amor pelos livros, segundo o ponto de vista dos aldeões. Bela quer um futuro tão empolgante quanto as histórias que lê. Seu pai, Maurice, vai a uma espécie de feira, mas no caminho encontra um castelo semimorto, onde entra em busca de hospedaria. Lá é aprisionado por uma Fera, e esse castelo tem uma história oculta, obscura e sombria. Ele guarda muitos segredos como objetos vivos e maldições. O destino de Bela muda para sempre ao arriscar sua liberdade quando assume o lugar do pai como prisioneira, jurando a ele que escaparia em segredo. Felizmente, os objetos mágicos são gentis com ela e a tiram daquela “cadeia”. A Fera é extremamente arrogante com Bela, tentando ser gentil, o que recebe em troca é um comportamento triste e desumano. A garota tenta fugir do castelo, mas é atacada por lobos pelo caminho. Surpreendentemente a Fera encontra Bela na floresta e a salva daquela gigante alcateia. Depois disso, a relação entre a Bela e a Fera começou a mudar. Eles começaram a caminhar juntos pelo jardim, a conversar sobre literatura e a jantar juntos. Essa obra nos faz perceber que mesmo as pessoas mais arrogantes podem te surpreender com seu lado gentil.
Bela é surpreendida pelo lado gentil de Fera diversas vezes durante a obra. Como no instante em que ele a salva dos lobos. “Ao se virar, ela ficou perplexa ao ver a Fera. Ele havia saltado no meio da alcateia”. São nos momentos mais decisivos que o nosso lado doce e amável desperta. Nessa ocasião a Fera provou que tinha um pequeno borrão de amor por Bela, senão, não a teria salvado.
Quando Bela e a Fera começaram a compartilhar mais de seus momentos, a Fera a surpreende outra vez quando completa um verso do livro favorito da garota. “O amor não pode transpor a forma e a honra. O amor não vê com os olhos, vê com a mente.” – Para a sua surpresa, a voz profunda da Fera se juntou a dela e eles terminaram o verso em uníssono: “Por isso é alado, cego e tão potente.” Bela desconsidera escapar do castelo, pois o borrão de amor que Fera tinha por ela se dividiu em dois, e parte dele foi para o coração da garota.
A cada momento que compartilhavam, esse borrão crescia no coração dos dois amantes. Ao longo dos momentos que passaram juntos, eles se conheceram mais. Tinham bem mais em comum do que imaginavam, e isso os tornava cada vez mais próximos. Ao longo da obra, a Fera fica mais gentil, muitas vezes a solidão e a falta do amor que nos deixam arrogantes, pois como nos tratam é como tratamos os outros.
A Fera tem um passado sombrio que poucos de nós podemos imaginar que um príncipe um dia teve. Ser tratado de uma forma desumana vai além de um passado triste que não conseguimos superar. Muitas vezes, memórias infelizes nos afundam na escuridão e no ódio, nos afastam do amor, principalmente quando ele não está por perto. Quando recebemos um pouco de companhia, essas memórias vão desaparecendo de nossas mentes e o amor ressurge em nossa alma.
Essa obra, um romance imperdível, é uma história sensível e delicada que mostra a importância do carinho, afeto e amor.