por Paula Lisboa
Um livro poético e triste, sobre aqueles dias em que acordamos com a certeza de que tudo vai mal e nada faz sentido.
Uma das coisas que me mobiliza quando escolho um livro para apresentar às crianças é a ideia de estar proporcionando um encontro. O que vai acontecer entre eles, está além do meu controle. Podemos pensar que um livro como “A Árvore Vermelha” seja pesado ou inadequado para uma criança, pois fala de sentimentos tristes, tem imagens oníricas e não usa palavras corriqueiras do vocabulário dos pequenos: “as coisas vão de mal a pior”, “a escuridão esmaga você”, “o mundo é uma máquina surda”.
Engano nosso. As crianças não somente apreciam tais expressões fortes como admiram as imagens e são capazes de sentir as emoções a que estamos nos referindo.
E assim, ao final da leitura que todos ouvem impressionantemente atentos, tiram suas próprias conclusões: “Achei esse livro triste, só no final tem duas páginas felizes” ou com maior elaboração: “Eu gostei desse livro porque a menina acha que o dia vai acabar chato e sem graça como começou, mas no final acontece uma coisa bonita!”.
Ampliamos o repertório, mobilizamos emoções intensas, damos formas à escuridão interna. E acima de tudo, possibilitamos o encontro com uma verdadeira obra de arte! Sugestão de leitura para todas as idades, dos pequenos aos grandes.
Assistam aqui o vídeo book desse título e acompanhem nossa descoberta!
TAN, Shaun. A árvore vermelha. São Paulo: SM, 2009.