Leo e Albertina

Por Angela Müller de Toledo
Em homenagem ao mês em que se comemora o dia dos namorados recomendo o livro que conta a história da paixão do porquinho Leo pela galinha Albertina.

Leo não sabe o que fazer para conquistar sua amada, pede ajuda aos amigos que logo oferecem vários conselhos.

Será que a distraída Albertina vai reparar nos esforços de Leo para chamar sua atenção?

Como quase todos os contos de animais, este também parece as velhas fábulas que trazem uma lição de vida no final. Não é muito difícil descobrir o que este livro pode ensinar.

De qualquer forma, é uma história cativante, com ilustrações bem coloridas e engraçadas.

 

DAVENIER, Christiane. Leo e Albertina. Trad. Gilda Aquino. São Paulo: Brinque-Book, 1998.

PESQUISA EM LIVROS DE ANIMAIS

No mês de maio recebemos na Biblioteca Tatiana Belinky a turma do 2ºC para um encontro diferente: pesquisa em livros de animais. Separamos vários livros informativos sobre o tema. Coube aos alunos pesquisar nos livros e anotar o nome e algum dado curioso a respeito do animal escolhido. Mais tarde, em grupo, foram decididos os animais que fariam parte do estudo dos animais.

Marley & Eu

Por Avana Lima

Você vai rir, se emocionar e se surpreender com este livro. John Grogan sabe que as jornadas que pessoas e cachorros enfrentam juntos são um reflexo de nossa própria humanidade e das alegrias e tristezas, dos altos e baixos de nossas vidas.

John e Jenny eram jovens, apaixonados e estavam começando a sua vida juntos, sem grandes preocupações, até o momento em que levaram para casa Marley, “um bola de pêlo amarelo em forma de cachorro”, que, rapidamente, se transformou num labrador enorme e encorpado de 43 quilos. Era um cão como não havia outro nas redondezas: arrombava portas, esgadanhava paredes, babava nas visitas, comia roupa do varal alheio e abocanhava tudo a que pudesse. De nada lhe valeram os tranquilizantes receitados pelo veterinário, nem a “escola de boas maneiras”, de onde, aliás, foi expulso. Mas, acima de tudo, Marley tinha um coração puro e a sua lealdade era incondicional.

1º lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times durante semanas, o livro é resultado do sucesso da coluna que o autor, o jornalista americano John Grogan, que escrevia sobre Marley, seu labrador desajeitado com quem ele aprendeu o que realmente importa na vida.

GROGAN, John. Marley & Eu: vida e amor ao lado do pior cão do mundo. Prestígio.

Cinzas do Norte

Por Daniel Vieira Helene
Li recentemente e gostaria de recomendar o livro Cinzas do Norte, do escritor manauara Milton Hatoum.

Trata da história de dois jovens, Lavo e Mundo, vivendo na Manaus da ditadura militar. Narrado em primeira pessoa por Lavo, o livro conta como Mundo, filho de um magnata da juta amazônica, nasceu, cresceu e se tornou um artista, sucumbindo diante de um mundo cuja realidade  inexorável, ainda que doce e ingênua, pôde ser sentida como dura, sombria e austera.

 

HATOUM, Milton. Cinzas do Norte. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Diamante Negro: história de um cavalo / Beleza Negra.

Por Angela Müller de Toledo

Diamante Negro foi um magnífico potro que não conheceu maus tratos. Passou seus primeiros anos em um grande campo, correndo e brincando ao lado da mãe até completar quatro anos, ocasião em que começou a ser domado. Aprendeu a carregar um cavaleiro em seu lombo, suportar freio na boca, sela, ferradura, além de obedecer a todos os comandos. Esse processo de doma foi feito por um tratador experiente e seguiu sem traumas para Diamante Negro que se tornou um cavalo dócil e obediente. Porém, a vida desse inusitado narrador não seguiu sempre assim. Por vários e diferentes motivos o cavalo passou por muitos donos e tratadores, alguns bons, outros cruéis, que o maltratavam por ignorância ou maldade.

Esta obra, publicada originalmente em 1877,  pretendia sensibilizar a sociedade da Inglaterra a respeito das crueldades cometidas contra os animais. Não podemos esquecer que os cavalos eram o meio de transporte usual naquele tempo, tanto para montaria como para tração, e que seu trato envolvia um grande número de pessoas. O livro causou grande impacto e gerou vários movimentos a favor de um melhor tratamento para eles.

A narrativa é empolgante, cheia de detalhes sobre as características específicas dos cavalos, suas necessidades e cuidados essenciais para que eles se desenvolvam e sejam eficientes.
Temos nas bibliotecas uma publicação da Editora Nacional com o texto integral, traduzido por Monteiro Lobato, em que é possível acompanhar todas as aventuras de Diamante Negro e de seus amigos.  É uma leitura interessante porque as informações sobre os cavalos estão dentro da história, são dadas pelos próprios personagens. Porém não há ilustrações nesta edição.

Temos também o livro da Editora Companhia das Letrinhas, cujo projeto gráfico é mais bonito, capa dura, e contém uma apresentação que contextualiza a narrativa. A história é adaptada, menor, e a maioria das informações estão em “caixas” separadas do texto principal.

Enfim, as duas versões são boas para jovens curiosos e que gostam de cavalos.

SEWELL, Anna. Diamante Negro : história de um cavalo. Trad. Monteiro Lobato. São Paulo: Nacional, 2002.

SEWELL, Anna. Beleza Negra. Trad.Hildegard Feist. Ilustr. Victor Ambrus. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2001.

Meu material escolar

Por Angela Müller de Toledo
Na minha opinião, o melhor da volta às aulas é reencontrar os amigos. É certo que algumas crianças mudam de escola no final do ano, às vezes mudam também de casa e até de cidade, mas depois de alguns dias na nova escola elas já estão brincando e conversando com um monte de gente, fazendo novos amigos.

A segunda melhor coisa do início do ano é o material escolar com cara de novo, cheirinho de novo, aquele material que dá vontade de fazer tudo bem caprichado.

Para comemorar a volta dos alunos da Escola da Vila para mais um ano de muitas brincadeiras, leituras e aprendizado, escolhi recomendar o livro Meu Material Escolar, de Ricardo Azevedo, no qual encontramos poemas cheios de rimas e ritmo e que falam sobre os objetos que atraem a nossa atenção nesses dias.

A maneira como os poetas tratam os assuntos não é uma maneira comum, a poesia é novidadeira, fala de um jeito diferente, como a gente nunca viu. Um exemplo disso é o poema “Giz e apagador” da página 23. Você já sabia que eles são amigos inseparáveis?

Quem já sabe ler sozinho não vai encontrar dificuldades neste livro, e quem ainda não aprendeu (ou esqueceu durante as férias), pode pedir aos pais, professores, irmãos mais velhos… garanto que eles também vão gostar.

AZEVEDO, Ricardo. Meu material escolar. São Paulo: Quinteto, 2000.

Não diga noite

Por Fernanda de Lima Passamai Perez
Considerado o mais importante escritor israelense da atualidade, Amós Oz descreve de maneira muito sensível, porém realista, a crise pela qual um casal maduro, Noa e Teo, passa depois de anos de convivência.

Apesar da aparente simplicidade do enredo, no decorrer do livro desvenda-se uma história de amor maduro e tocante. Através da estrutura narrativa utilizada por Oz, que dá voz individualmente a cada um dos protagonistas, conhecemos a visão que cada um deles têm da mesma situação, ilustrando o impacto das ações, das palavras ditas e não ditas no outro. Por trás do diálogo audível, real, existe um outro diálogo, interior, com o qual muitas vezes nos identificamos. Percebemos que apesar das dificuldades, o amor que sentem os impulsiona a “recuperar a vontade de um pelo outro”.

Morando na cidade de Tel Keidar, lugar isolado no meio do deserto, Noa, professora de literatura, vê na possibilidade da abertura de um centro de tratamento de usuários de droga, financiado pelo pai de um ex-aluno morto por overdose, uma realização pessoal. Contudo, tem de enfrentar a resistência e o preconceito dos moradores. Teo, renomado funcionário da Secretaria de Planejamento, apesar de não pactuar com a proposta do Centro, tenta ajudar Noa, pois sente que o desafio lhe deu um novo estímulo.

Todos estes elementos fazem de Não diga Noite uma agradável e imperdível experiência.

OZ, Amós. Não diga noite. Trad. de Georges Schlesinger. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Viagens no scriptorium

Por Tamara Cury Laiter

Sabe um livro que você não consegue parar de ler, porque não aguenta de curiosidade para saber dos próximos acontecimentos? Foi assim que me senti ao ler este livro, de leitura fácil e prazerosa. Logo no início dúvidas surgem a respeito da personagem principal. Um senhor doente, não se sabe muito bem se está em um hospital, asilo ou prisão. Durante toda a história ele recebe visitas, mergulha em pensamentos que às vezes parecem delírios, tenta recordar do passado e compreender o que está fazendo naquele local. Tudo é muito misterioso. A índole desse senhor é muito duvidosa e ele já não se lembra muito bem do que fez no passado. Talvez tenha sido alguém muito poderoso. O final é surpreendente e, na minha opinião, absolutamente poético. Este é um livro sobre literatura, que trata da experiência de se escrever histórias. Vale a pena!

AUSTER, Paul. Viagens no scriptorium. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Retrato em sépia

Por Paula Lisboa
Fechando a trilogia iniciada com A casa dos espíritos e Filha da Fortuna, em Retrato em Sépia Isabel Allende encerra uma linda saga familiar cujo pano de fundo é a conturbada história política do Chile. Escrito em primeira pessoa, o livro se propõe como memória de Aurora del Valle, que tenta resgatar seu passado e sua origem.

Descendente de espanhóis por parte de pai e nascida no bairro de Chinatown, em São Francisco, a menina perde a mãe durante o parto e é criada pelos avós maternos até a morte de seu avô, figura interessantíssima e especialmente marcante tanto para a própria narradora quanto para o leitor: “Se não fosse pelo fato de esse avô ser a memória mais nítida e perseverante de minha vida, o amor mais antigo contra o qual se desfazem todos os homens que conheci, pois nenhum consegue igualá-lo, não acreditaria que levo sangue chinês em minhas veias. Tao Chi’en vive sempre comigo.”

Passando então aos cuidados da avó paterna, a enérgica, austera e empreendedora Paulina del Valle, Aurora apaga de sua memória os primeiros cinco anos de sua vida. Posteriormente, é atormentada por horríveis e constantes pesadelos e passa por uma grande decepção amorosa, o que a motiva a iniciar uma exploração sobre o mistério de seu passado. É aí que tem início a narrativa, ora em primeira pessoa, ora com a narradora referindo-se a si mesma em terceira pessoa.

Toda a ação se desenrola no Chile em final do século XIX, o que acrescenta um caráter de romance histórico à saga familiar. A narrativa cativa do início ao fim, escrita de maneira envolvente e absolutamente humana.

ALLENDE, Isabel. Retrato em sépia. Trad. Mario Pontes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

Na praia

Por Zélia V. Cavalcanti

Na Praia é uma refinada narrativa de Ian McEwan, uma deliciosa história de amor, casamento e desencontros na Inglaterra do início dos anos sessenta, quando as profundas mudanças na moral e no comportamento sexual que transformariam as relações ainda estavam em gestação.

Os momentos cômicos e comoventes da breve lua-de-mel do jovem casal, Edward e Florence, o drama dos recém-casados, construído sobre a seqüência de erros em que são envolvidos num pequeno hotel da casta inglesa, nos aproxima de um modelo educacional influenciado por resquícios da repressiva moral vitoriana, ainda presentes na sociedade inglesa. Além disso, o livro nos enreda em reflexões que ultrapassam em muito as proporcionadas por uma crônica social; convida-nos a pensar sobre as relações entre os indivíduos, seus sentimentos e desejos e os limites colocados pela “mentalidade” da época em que vivem.

MCEWAN, Ian. Na praia. Trad. Bernardo Carvalho. São Paulo: Cia das Letras, 2007.