Manolito

Por Angela Müller de Toledo

      

Apesar de muitos alunos negarem, aposto que a volta às aulas é sempre uma grande alegria. Rever os amigos, conhecer gente nova, saber das novidades da galera e, aos poucos, conhecer mais uma porção de coisas sobre o mundo em que vivemos e seus habitantes, principalmente o Homem. Porque, resumindo, todas as matérias dos currículos nos contam como funciona a natureza e o que pensam, imaginam, projetam e fazem os homens e mulheres “desde que o mundo é mundo”.

Alguém que diz que detesta ter que voltar ao colégio depois das férias é Manolito, um menino espanhol de nove anos, protagonista de uma série de histórias muito divertidas. O primeiro livro chama-se justamente Manolito, e é a melhor forma de você começar a conhecer este personagem, sua família e amigos. Depois vem o título Super Manolito em que ele conta várias passagens engraçadas do seu cotidiano e uma triste: ficou de recuperação em matemática. Por causa disso, suas férias de verão foram seriamente comprometidas. O que aconteceu nesse período você vai saber lendo Manolito é demais!.

Há outros volumes na coleção, mas nesses três primeiros o leitor já pode perceber que apesar de Manolito encontrar dificuldades na escola, ele as supera com a ajuda da família e por ser um menino inteligente, observador, criativo e, acima de tudo, de muito bom humor.

LINDO, Elvira. Manolito. Trad. Mônica Stahel. Ilustrações Emílio Urberuaga. São Paulo: Martins fontes, 1999.

LINDO, Elvira. Manolito é demais!. Trad. Mônica Stahel. Ilustrações Emílio Urberuaga. São Paulo: Martins fontes, 2002.

LINDO, Elvira. Super Manolito. Trad. Mônica Stahel. Ilustrações Emílio Urberuaga. São Paulo: Martins fontes, 2001

Louise, as aventuras de uma galinha

Por Angela Müller de Toledo
Conheço muitas histórias de galinhas, mas esta é uma das que mais gosto.

Louise é uma galinha que sai pelo mundo em busca de aventuras. Cada capítulo deste livro conta sobre as peripécias de Louise em alto mar, no circo e em um país distante.

As ilustrações são grandes e coloridas, ocupam a página inteira dando a impressão que a paisagem vai escapar das margens do livro.

Não vou contar o final, mas tenho certeza que você que me conhece vai adivinhar porque esta é uma das minhas histórias preferidas. Espero que você também goste.

DiCAMILLO, Kate. Louise, as aventuras de uma galinha. Ilust. Harry Bliss. Trad. Luzia Aparecida dos Santos. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

AQUISIÇÕES RECENTES [maio 2012]

Destaques das novas aquisições da biblioteca

maio/ 2012

COLEÇÃO FOLHA LITERATURA IBERO-AMERICANA
Conheça os 25 títulos da coleção aqui

ERVILINA E O PRINCÊS
Autor: Sylvia Orthof
Editora: Projeto

NÔMADES DO NORTE
Autor: James Oliver Curwood
Editora: Companhia Editora Nacional

TUTANCÂMON E SUA TUMBA CHEIA DE TESOUROS
Autor: Michael Cox
Editora: Cia. das Letras

AS AVENTURAS DE PINÓQUIO
Autor: Carlo Collodi
Editora: Cosac Naify

O MÁGICO DE OZ
Autor: Frank L. Baum
Editora: Leya

DAVID COPPERFIELD
Autor: Charles Dickens
Editora: Hemus

CAFUNDÓ DA INFÂNCIA
Autor: Carlos Lébeis
Editora: Cosac Naify

AS VIAGENS DE GULLIVER
Autor: Jonathan Swift
Editora: Companhia das Letras

O LIVRO DAS MARAVILHAS : A DESCRIÇÃO DO MUNDO
Autor Marco Polo
Editora: L&PM

O ÚLTIMO DIA DE UM CONDENADO
Autor: Victor Hugo
Editora: Estação Liberdade

A CONTADORA DE FILMES
Autor: Hernan Rivera Letelier
Editora: Cosac Naify

125 CONTOS DE GUY DE MAUPASSANT
Autor: Guy de Maupassant
Editora: Companhia das Letras

O FILHO DE MIL HOMENS
Autor: Valter Hugo Mãe
Editora: Cosac Naify

CRÔNICAS DA PROVÍNCIA DO BRASIL
Autor: Manuel Bandeira
Editora: Cosac Naify 

SETE NARRATIVAS GÓTICAS
Autor: Karen Blixen
Editora: Cosac Naify 

ILÍADA DE HOMERO (2 vols.)
Tradução: Haroldo de Campos
Editora: Arx 

CINEMA POLÍTICO ITALIANO : ANOS 60 E 70
Autor: Angela Prudenzi
Editora: Cosac Naify 

REVOLUÇÃO DO CINEMA NOVO
Autor: Glauber Rocha
Editora: Cosac Naify

CORTO MALTESE: A JUVENTUDE
Autor: Hugo Pratt
Editora: Nemo 

HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA, VOL. 6: ÁFRICA DO SÉCULO XIX À DÉCADA DE 1880
Editor: J. F. Ade Ajayi
Editora: Cortez 

HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA, VOL. 7: ÁFRICA SOB DOMINAÇÃO COLONIAL, 1880-1935
Editor: Albert Adu Boahen
Editora: Cortez 

LINHA DO TEMPO DO DESIGN GRÁFICO NO BRASIL
Autor: Elaine Ramos Coimbra, Chico Homem de Melo
Editora: Cosac Naify 

NOS CAMINHOS DA LITERATURA
Autor: Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil
Editora: Peirópolis

TERRA EM TRANSE (DVD)
Direção: Glauber Rocha
Distribuidora: Versátil Home Video 

TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS PARA DEPENDÊNCIA QUÍMICA: DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA À PRÁTICA CLÍNICA
Autor: Alessandra Diehl
Editora: Artmed 

50 CONTOS DE MACHADO DE ASSIS
Autor: Machado de Assis
Editora: Companhia das Letras 

A DISTÂNCIA ENTRE NÓS
Autor: Thrity Umrigar
Editora: Nova Fronteira 

 LINHAS E BOLINHAS
Autor: Emile Jadoul
Editora: Companhia das Letrinhas

AS AVENTURAS DO BARÃO DE MUNCHAUSEN
Autor: Rudolf Erich Raspé
Editora: Iluminuras 

ANTOLOGIA DO VAMPIRO LITERÁRIO
Organizador: Bruno Berlendis de Carvalho
Editora:  Berlendis & Vertecchia

As três irmãs

Por Paula Lisboa
Ao longo de sua obra, Tchekhov retratou como ninguém a tragédia do trivial, o drama permanente da vida cotidiana, mostrando aos homens o terrível caos de sua existência passageira e sem importância, explorando a realidade burguesa e expressando sua preocupação com a inação da classe média provinciana. Preocupado em mostrar o drama da trivialidade, Tchekhov nos apresenta uma sucessão de quadros registrando acontecimentos da vida de suas personagens, sem se preocupar com a construção dramática tradicional, segundo a qual deve haver o desenvolvimento de uma ação até seu clímax e desfecho. O autor sequer estabelece um conflito declarado, apresentando apenas as diferentes impressões das personagens, em que muita coisa fica apenas nas entrelinhas, ou melhor, no subtexto que deve preencher o silêncio. E o silêncio, longe de ser apenas um detalhe, é um elemento fundamental nas peças de Tchekhov, muitas vezes mais significativo que as próprias palavras.

O enredo de As três irmãs é muito simples, basicamente girando em torno da vida de três irmãs que sonham em voltar para Moscou, de onde têm lembranças felizes da infância. Com o decorrer da peça, a inação da vida provinciana e a inércia que toma conta de seu cotidiano acabam por impedir qualquer tentativa de realização desse projeto. Durante toda a trama, as irmãs, seu irmão e a cunhada, além de alguns oficiais militares que frequentam a casa conversam para passar o tempo, discursando banalidades aparentemente superficiais. No entanto, o subtexto sustenta a força do diálogo de Tchekhov, que escolhe as palavras e constrói suas frases de modo a deixar sob máscaras o verdadeiro sentido de suas falas. As personagens põem em discussão a razão da existência humana, mas com todo o cuidado do autor de não cair em nenhuma “pregação ideológica”.

Ao fim da leitura de um enredo tão simples, é incrível constatar que nossos olhos se enchem de lágrimas. O envolvimento com a vida dessas personagens é inevitável, tamanha humanidade e fragilidade com que são traçadas. Sentimos a impotência do ser humano diante do rumo de sua própria vida. E não se trata de uma impossibilidade de ação necessariamente imposta por um regime político rigoroso ou por uma sociedade sufocante, a inação é quase que opção de vida de todos eles, que não vivem, mas deixam-se viver, entregando-se mais e mais à inércia, como se fossem levados pela correnteza de um rio. É uma peça triste, onde as personagens dão pequenas “dicas” de seus maiores desejos, mas não têm coragem e força de vontade de realizá-los. Apenas sabem que “É preciso viver”.

TCHEKHOV, Anton. As três irmãs. Trad.: Clara Gourianova. São Paulo: Peixoto Neto.

As boas mulheres da China

Por Eliana Scavarelli Arnoldi
No momento em que nossos olhos se voltam cada vez mais para a gigante China, este livro nos dá a oportunidade de conhecer o peculiar tratamento que este país dispensou às suas mulheres durante os anos da Revolução Cultural.

O livro é fruto de inúmeros relatos coletados por uma jornalista chinesa, Xinran, durante os dez anos em que essa esteve à frente do programa de rádio Palavras na Brisa Noturna, uma espécie de oásis dentro da tão fechada mídia chinesa, no qual as pessoas podiam falar de seus problemas pessoais.

As histórias têm como protagonistas mulheres que devido ao peso das tradições e dos anos de totalitarismo e repressão sofreram os mais diversos tipos de violência e humilhação. São histórias como as de Jingyi que foi separada de seu amado pela Revolução Cultural e o procurou por 45 anos; a de Yang que viu a morte de sua filha durar 14 lentos dias após um terremoto e que hoje cuida de um orfanato que abriga crianças cujos pais morreram no mesmo abalo sísmico; e a de uma mulher cujo casamento foi arranjado pelo Partido Comunista.

Escritas em uma linguagem agradável e fácil, as histórias prendem a atenção do leitor a cada página graças à profundidade e sensibilidade do estilo da autora. O livro nos revela situações inimagináveis, chocantes e comoventes que aconteceram, e talvez ainda aconteçam, no gigante asiático.

XINRAN. As boas mulheres da China. Companhia das Letras, 2007.

Marcas de nascença

Por Maria Eugênia Kira (Tucha)

Marcas de Nascença é um romance da escritora canadense, radicada na França, Nancy Houston, vencedor do Prêmio Femina. O livro conta a história de uma família de origem judaica de modo bem humorado e ao mesmo tempo muito comovente. Esta obra tem quatro narradores e vários assuntos abordados ao longo da narrativa: a educação infantil, a violência, o exílio, a força da memória, os legados familiares, as experiências traumáticas e as conseqüências do silêncio e da vergonha. Vale a pena ler!

HUSTON, Nancy. Marcas de nascença. Trad. Ilana Heineberg. Porto Alegre: L&PM, 2007.

Eric Clapton: a autobiografia

Por Cristina Di Cianni
O percurso profissional do guitarrista Eric Clapton é entretecido por sua história pessoal. E de sua trajetória também faz parte a narrativa de outros grandes nomes do rock.

Para além dos acontecimentos da história musical, Eric Clapton nos oferece o que tem de mais caro: um mergulho profundo e consciente na construção de sua identidade. E é na identidade que as transformações têm origem.

Com delicadeza, somos convidados a olhar para a persona pública sem deixar de refletir sobre suas sutilezas… que muito bem poderiam ser as nossas.

CLAPTON, Eric. Eric Clapton: a autobiografia. São Paulo: Planeta, 2007

Manual da paixão solitária

Por Cleusa Capellossi Reis.
Dono de uma competência ímpar, Moacyr Scliar conta neste livro um relato do Antigo Testamento com o mesmo talento que usa para escrever suas crônicas, a partir de casos verídicos noticiados pela imprensa.

A diferença é que neste romance Moacyr usa uma passagem bíblica para surpreender o leitor com a forma inesperada de narrar um fato tão conhecido, usando para isso dois personagens que possuem pontos de vista distintos sobre o que o livro sagrado traz como verdade.

Professores: vale a pena ler e aprender com o autor!

SCLIAR, Moacyr. Manual da paixão solitária. São Paulo: Companhia das Letras.

As brasas

Por Wanilda Tieppo

Vania me entregou este livro dizendo: “Leia, foi o melhor livro que li em 2008”. Fiquei doida para chegar na minha casa e iniciar a leitura. 

É verdade: o livro é lindo, emocionante, instigante. Leitura maravilhosa principalmente na minha idade: 53 anos. Um general com 75 anos é visitado por um amigo inseparável de infância e juventude, estavam afastados por 41 anos. Juntos, num jantar caprichado e muito bem organizado, conversam sobre paixão, honra, vingança e amizade. Fiquei encantada com uma personagem de pouca fala, discreta e sábia.

Por Ana Maria Cerqueira

Nestas férias li alguns livros e um me deu um enorme prazer : “As Brasas” de Sandór Maraí. É pequeno, de poucas páginas, mas de uma força e intensidade marcantes. Comparo-o a outros dois “pequenos” grandes livros: “Um copo de cólera” do Raduan Nassar e o “Homem Comum” do Philip Roth.

Passa-se na Hungria, na primeira metade do século 20, entre as duas guerras mundiais, e narra a vida de um homem, onde um caso de amizade, amor e traição o alimenta até o crepúsculo da sua vida e, para mim, fala, sobretudo, da influência do tempo, da espera e o quanto viver no passado e do passado perde significado quando exposto no presente. Imperdível!

MARAI, Sandor. As brasas. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

Akimbo e os Leões / Akimbo e os elefantes

 

Por Angela Müller de Toledo
Criar um leãozinho pode ser natural para um menino africano que mora numa grande reserva ecológica. No entanto, difícil é separar-se do bicho de estimação quando seu tamanho e instintos já não permitem a convivência com humanos.

 

Akimbo é o nome do personagem que vive grandes aventuras em uma série de livros, a maioria envolvendo animais que não são propriamente gatinhos.

Dormir no meio do mato ouvindo ao longe os sons dos grandes predadores, perseguir caçadores que desrespeitam as leis que protegem os animais, tomar decisões rápidas para salvar a vida de pessoas, estes são apenas alguns dos episódios relatados do cotidiano deste corajoso garoto.

Temos dois títulos na biblioteca. Confira.

 

SMITH, Alexander McCall. Akimbo e os leões. Ilustr. Peter Bailey. Trad. Vanessa Barbara. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2009.

SMITH, Alexander McCall. Akimbo e os elefantes. Ilustr. Peter Bailey. Trad. Vanessa Barbara. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2008.