Marcas de nascença

Por Maria Eugênia Kira (Tucha)

Marcas de Nascença é um romance da escritora canadense, radicada na França, Nancy Houston, vencedor do Prêmio Femina. O livro conta a história de uma família de origem judaica de modo bem humorado e ao mesmo tempo muito comovente. Esta obra tem quatro narradores e vários assuntos abordados ao longo da narrativa: a educação infantil, a violência, o exílio, a força da memória, os legados familiares, as experiências traumáticas e as conseqüências do silêncio e da vergonha. Vale a pena ler!

HUSTON, Nancy. Marcas de nascença. Trad. Ilana Heineberg. Porto Alegre: L&PM, 2007.

Eric Clapton: a autobiografia

Por Cristina Di Cianni
O percurso profissional do guitarrista Eric Clapton é entretecido por sua história pessoal. E de sua trajetória também faz parte a narrativa de outros grandes nomes do rock.

Para além dos acontecimentos da história musical, Eric Clapton nos oferece o que tem de mais caro: um mergulho profundo e consciente na construção de sua identidade. E é na identidade que as transformações têm origem.

Com delicadeza, somos convidados a olhar para a persona pública sem deixar de refletir sobre suas sutilezas… que muito bem poderiam ser as nossas.

CLAPTON, Eric. Eric Clapton: a autobiografia. São Paulo: Planeta, 2007

Manual da paixão solitária

Por Cleusa Capellossi Reis.
Dono de uma competência ímpar, Moacyr Scliar conta neste livro um relato do Antigo Testamento com o mesmo talento que usa para escrever suas crônicas, a partir de casos verídicos noticiados pela imprensa.

A diferença é que neste romance Moacyr usa uma passagem bíblica para surpreender o leitor com a forma inesperada de narrar um fato tão conhecido, usando para isso dois personagens que possuem pontos de vista distintos sobre o que o livro sagrado traz como verdade.

Professores: vale a pena ler e aprender com o autor!

SCLIAR, Moacyr. Manual da paixão solitária. São Paulo: Companhia das Letras.

As brasas

Por Wanilda Tieppo

Vania me entregou este livro dizendo: “Leia, foi o melhor livro que li em 2008”. Fiquei doida para chegar na minha casa e iniciar a leitura. 

É verdade: o livro é lindo, emocionante, instigante. Leitura maravilhosa principalmente na minha idade: 53 anos. Um general com 75 anos é visitado por um amigo inseparável de infância e juventude, estavam afastados por 41 anos. Juntos, num jantar caprichado e muito bem organizado, conversam sobre paixão, honra, vingança e amizade. Fiquei encantada com uma personagem de pouca fala, discreta e sábia.

Por Ana Maria Cerqueira

Nestas férias li alguns livros e um me deu um enorme prazer : “As Brasas” de Sandór Maraí. É pequeno, de poucas páginas, mas de uma força e intensidade marcantes. Comparo-o a outros dois “pequenos” grandes livros: “Um copo de cólera” do Raduan Nassar e o “Homem Comum” do Philip Roth.

Passa-se na Hungria, na primeira metade do século 20, entre as duas guerras mundiais, e narra a vida de um homem, onde um caso de amizade, amor e traição o alimenta até o crepúsculo da sua vida e, para mim, fala, sobretudo, da influência do tempo, da espera e o quanto viver no passado e do passado perde significado quando exposto no presente. Imperdível!

MARAI, Sandor. As brasas. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.