O realismo fantástico, ou realismo mágico é um estilo literário que brinca com a realidade cotidiana junto com criaturas, situações e elementos fantásticos. No Brasil, um grande escritor desse estilo é o José J. Veiga.
Goiano de Corumbá de Goiás, José Jacinto Veiga nasceu em 1915 e morava em uma fazenda. Foi estudar no Rio de Janeiro e trabalhou como jornalista no Brasil e em Londres, na Inglaterra.
Estreou na literatura em 1959, com Os cavalinhos de Platiplanto, livro que reúne 12 contos com a atmosfera das memórias de sua infância e com narradores que envolvem o leitor com os sonhos do cotidiano.
Começou como um grande contista, mas escreveu novelas e ótimos romances também. A hora dos ruminantes, de 1966, é uma romance sobre uma pequena cidade que começa vendo a chegada de forasteiros que constroem alguns edifícios nas redondezas da região, passa por uma invasão de cachorros na cidade, alguns invadindo casas também, e por uma de bois. A alteração na rotina da aldeia é retratada com a desconfiança dos moradores e as especulações da causa dessas invasões.
Há, nas leituras de suas histórias, margem para muitas interpretações e muitas simbologias, inclusive sobre as questões sociais e políticas no país quando foram escritas.
Segue um trecho d’A hora dos ruminantes, quando da invasão dos bois:
“[…] Não se podia mais sair de casa, os bois atravancavam as portas e não davam passagem, não podiam; não tinham para onde se mexer. Quando se abria uma janela não se conseguia mais fechá-la, não havia força que empurrasse para trás aquela massa elástica de chifres, cabeças e pescoços que vinha preencher o espaço.”
Temos em nossas bibliotecas, além dos títulos destacados, outros dois: