Matilda do osso

Por Angela Müller de Toledo
Em seus quatorze anos de vida Matilda estava sozinha pela primeira vez. Embora fosse órfã, a menina crescera na Mansão Randal rodeada de criados e tendo o padre Leufredus como tutor. Quando o padre foi chamado a Londres, Matilda foi levada a uma cidade chamada Saco das Lascas para trabalhar como criada de uma mulher que, entre outras atividades, consertava ossos quebrados das pessoas. Ninguém explicou porque a menina não poderia ir com o padre, ou porque não poderia esperar sua volta na mansão. Matilda sentia-se profundamente infeliz.

Esta narrativa acontece na Idade Média e conta muitas coisas interessantes a respeito da vida e dos costumes da época, principalmente sobre a medicina medieval, quem e como era praticada. É uma história bem construída e gostosa de ler. A protagonista é orgulhosa, tem personalidade forte e é muito inteligente. Tanto que, em determinado momento dentro da história, ela consegue reconhecer as falhas e incoerências dos valores que lhe foram impostos e começa a ver tudo de maneira diferente. É uma obra imperdível.

 

CUSHMAN, Karen. Matilda do osso. Trad. Angela Melim. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.