O Fantasma da Ópera

Por Maria Luiza Tenorio de Aguiar

Ficha técnica

TÍTULO: “O Fantasma da Ópera”

AUTOR: Gaston Leroux

ILUSTRADOR: Mouzart Couto

EDITORA: FTD

NÚMERO DE PÁGINAS: 240

A Assombração da Ópera

“O Fantasma da Ópera”, de Gaston Leroux, apresenta a emocionante história de um fantasma chamado Eric, da Ópera de Paris no século 19. A primeira vez que o Fantasma se expõe para nós, leitores, é quando Jammes, uma pequena bailarina, grita do palco:

“O Fantasma da Ópera! O Fantasma da Ópera!

Sem perceber, imaginamos seu rosto, seus olhos, suas roupas, tudo sombrio, tanto a Ópera quanto o rosto do descarnado, todos em sagrado silêncio encarando a pequena garota que apontava com seu dedo fino perguntando “Um fantasma? Isto não é possível” mas no fundo temendo de medo que se enganavam… E então, o narrador afirma:

“…na multidão dos fraques presentes, um rosto tão pálido, lúgubre e feio, com as cavidades dos olhos tão negras e profundas, sob a arcada das sombrancelhas, que a caveira em questão logo obteve tremendo sucesso.”

Depois disso, temos a grande impressão que era o Fantasma ali no meio de pessoas vivas e reais, e ficamos até com um certo medo. Porém, como se não houvesse acontecido absolutamente nada, o narrador nos conta:

“Enquanto os amigos de Richard e Moncharmin imaginavam que o conviva descarnado privava com Debienne e Poligny, os amigos destes pensaram que o sujeito cadavérico pertencia a carriola de Richard e Moncharmin. De maneira que nenhum pedido de explicação, nenhum comentário desagradável, nenhuma piada de mau gosto ameaçou ofender o comensal da além-túmulo.”

Simples assim, o autor nos deixa com uma dúvida insuportável: se era a assombração da Ópera ou um simples sujeito da carriola de Richard e Moncharmin. Surge uma certa ambiguidade na narrativa, porque se era realmente Eric, o que fariam a respeito dele? O enfrentariam? Ou se era um sujeito da carriola, ele seria encontrado de novo? Ou ele nos encontraria?

Ficamos com uma enorme vontade de desvendar esse mistério, e então queremos devorar a obra como se fosse um bolo magicamente delicioso!  E o para a nossa raiva e ansiedade, é assim o livro continua, de uma maneira misteriosa e um tanto assustadora, sempre incluindo o Fantasma como culpado e causando uma certa ambiguidade.