por Luiza Gregori Tokita
6ºC
Título: Psiquê
Autor: Angela-Lago
Editora: Cosac Naify
56 p.
Angela-Lago, na obra “Pisquê”, busca observadores com olhos mais amplos de maneira que tenham que olhar mais através do texto. A autora apresenta algumas imagens representativas, já outras nem tanto, o que faz com que o leitor tenha que ficar observando a imagem por um tempo para tentar entendê-la.
O leitor tem que saber jogar nas sombras e entender o que não se vê, os corredores sem fim, a sombra dos personagens e a cobra invisível que os persegue. É preciso olhar através do que não se vê.
Em livros de imagem somente às vezes o leitor tem controle. Em desenhos escuros, ele pode imaginar como realmente seriam os personagens e os ambientes que a autora descreve… Mas às vezes isso não se controla. Já os desenhos mais claros não deixam o leitor no controle, pois ele já está “definido”, não há como mudar. Os dois tipos de imagem aparecem no livro “Pisquê”, mas apesar disso mesmo nas imagens claras o leitor ainda tem um pouco de autonomia. A imagem está clara, mas não o suficiente para vermos todos os seus detalhes.
Uma imagem muito boa que justifica os parágrafos acima é a imagem abaixo:
Essa imagem tem alguns chamados “corredores sem fim” e um grande fundo preto. A imagem também justifica o fato de ter que olhar através do texto, por conta de ser bem escura e ter várias sombras, pois, mesmo com uma pequena legenda a seu lado, temos que olhar mais demoradamente para ela, imaginar e completá-la com a ajuda do texto.
Pisquê é uma linda princesa, que acaba se apaixonando por Eros, o deus do amor e um demônio. Ele não pode ser visto na luz, mas a princesa, curiosa, comete o erro de acender uma vela para observá-lo e ele desaparece… Para Pisquê reconquistar Eros, ela tem que partir para uma aventura. No meio deste trajeto, voltamos a pensar sobre algumas imagens serem claras e outras não. Um ótimo exemplo, no meio deste percurso da princesa é a ilustração a seguir:
Esta imagem mostra a sombra de Pisquê, que está em um lugar bem claro e em volta dela está tudo escuro, com árvores, animais…
As imagens claras e escuras não se referem apenas a ter ou não ter controle, elas contam também a história. Quanto mais perto de reconquistar Eros a princesa fica, mais claras as imagens ficam também. Uma imagem que também pode defender essa ideia é:
A imagem acima mostra Pisquê e o deus do amor no final do livro novamente em uma imagem clara. Os dois se reencontram e Psiquê reconquista Eros.