Que os jogos vorazes comecem!

Por: Carolina Bodankzky Bolognesi

Ficha técnica

Título do livro: Jogos vorazes

Autor do livro: Suzane Collins

Editora: Rocco

Número de páginas: 397

No livro “Jogos vorazes”, Suzane Collins conta sobre uma garota de 16 anos que é selecionada para ir aos jogos vorazes, uma arena onde uma menina e um menino de cada distrito lutam até a morte e apenas um sobrevive. A narrativa desta história fantástica nos leva a analisar as injustiças do cotidiano de nossas vidas, como por exemplo as vantagens que as pessoas mais ricas impõem sobre os mais pobres.

O que deixa o livro ainda melhor é o modo que Suzane mostra as reações dos personagens em relação ao lugar onde vivem ou trabalham. Os pensamentos de Katniss, a jovem protagonista, sobre o distrito onde vive, nos faz refletir sobre nossa própria sociedade. “Distrito 12, onde você pode morrer de fome em segurança” é um tipo de pensamento que nos lembra das nossas próprias injustiças, como casas sem saneamento básico ou pessoas para quem a única água disponível é marrom. Neste trecho do livro, Katniss fala com ironia das injustiças que a capital,  o lugar onde mora a sociedade mais rica, exerce sobre os mais pobres.

Neste livro nos indentificarmos com Katniss, pois nós temos os mesmos sentimento dela. É como se Suzane soubesse o que o leitor sente em determinada hora do livro. Como quando Katinis vai se despedir da família para ir aos jogos. Sentimos a mesma angústia e preocupação que ela tem em relação à sobrevivência da família, já que seu pai morreu é ela que leva a comida para casa.”Será difícil convencer a minha mãe a seguir em frente se eu mesma já estou sem esperança”, o leitor sente a mesma angústia de saber que talvez não consiga fazer sua mãe seguir em frente. Nestas horas do livro o leitor começa a odiar a capital, pois ele sabe que se não fosse por ela nada disso estaria acontecem.

Uma história emocionante, cheia de aventura, mas que por trás reflete sobre a sociedade que somos e criamos.

A tristeza e o amor

Por: Luisa Luz Motta Lopes

Título Livro: “A culpa é das estrelas”

Autor: John Green

Editora: Intríseca

Páginas: 283

Em uma cidade, havia uma menina muito triste, Hazel, que só pensava na morte, e que tinha câncer de pulmão, mas não queria morrer. Nessa mesma cidade, Augustus, que também tinha câncer, mas era muito fraco, veio para alegrá-la. E consegue, eles vivem felizes por muito tempo, mas sabem que o fim de um dos dois está próximo.

Este é um livro espirituoso e ao mesmo tempo muito triste, que trata da história de Hazel e Augustus, que sofrem da doença câncer e que se apaixonam. Eles foram felizes por muito tempo, mas um dia o menino morre e ela sofre.

Os grandes momentos da vida são feitos por amor. E quando esse amor vai embora, o que resta tanto para eles como para todos, é sofrer por algo que foi perdido. John Green apresenta a morte de Augustus com poucas descrições, mas Hazel sofre muito com a morte dele que foi sensível porém desesperadora, tanto para Hazel quanto para a família do Gus. Um trecho do livro que mostra isso é: “Augustus Walters morreu oito dias depois do seu pré-enterro” (…) “Foi insuportável. A coisa toda. Cada segundo pior que o anterior. Eu só ficava pensando em ligar para ele, tentando imaginar o que aconteceria, se alguém atenderia o celular.”

Porém muitas pessoas acham que esse livro é totalmente triste. Não, mas podemos afirmar que o começo e que o final são muito tristes, (mais o final do que o começo) mas no meio tem muitos acontecimentos espirituosos, engraçados. Como quando Augustus chama Isaac e Hazel para fazer seu pré-enterro e Isaac fica brincando com o Gus. O Issac fala:

“Augustus Walters era um filho da mãe autoengrandecedor. Mas nós os perdoamos. Nós os perdoamos porque seu coração figurativo era tão bom quanto o coração literal era ruim, nem porque ele sabia segurar um cigarro melhor que qualquer outro não fumante na história, nem porque ele viveu dezoito anos quando deveria ter vivido mais.

-Dezessete- o Gus disse.

-Estou presumindo que você ainda tenha algum tempo de vida, seu filho da mãe que só sabe interromper os outros. Vou dizer uma coisa para vocês- o Isaac continuou-, o Augustus Walters falava tanto que seria possível interromper a pessoa falando em seu próprio enterro”.

John mais uma vez relata, o fato da morte, dizendo que mesmo depois que alguém morre, você ainda tem de ser feliz, você sofre por um tempo e depois com o tempo supera. E você tem que acreditar que algum dia a tristeza passa e a felicidade volta. E deixa isso esclarecido por causa de sua linguagem rica, sofisticada e ao mesmo tempo brutal deixando todos os acontecimentos muito claros para o leitor.

Um certo Miguilim com pensamentos sensíveis

Por: Alice Novis Rossi

Ficha técnica

Título Livro: Corpo de Baile Volume 1-Campo Geral

Autor do livro: João Guimarães Rosa

Editora: Coleção Fronteira

Número de páginas: 445


Nessa história, “Campo Geral”, Guimarães Rosa traz de maneira mais sensível possível, a comovente história de um certo Miguilim que mora no Mutum, com a mãe, o pai e os irmãozinhos.

Miguilim passa por vários momentos difíceis da infância, e pela maneira que esses acontecimentos são narrados, se  desenvolve uma narrativa universal  (que poderia ter acontecido em vários lugares do mundo), mas com a linguagem própria de seu pacato cenário (Minas Gerais) e o texto composto por pensamentos de um menino sensível. Por liberar a possibilidade comovente de diferentes interpretações do texto, o enredo se torna um tanto nostálgico, fazendo com que o leitor olhe para a sua própria infância, deixando a experiência com o livro mais delicada.

“Quando entrou a noite, Miguilim sabia não dormir, passa as horas perto da mesa, onde Dito era princepezinho, calçado só com um pé de botina, coberto com lençol branco e flores, mas o mais sério de todos ali, entre aquelas velas acesas que visitavam a casa.” Algo que deixa o texto sensível é apresentado, a narrativa de uma criança que é imposta a acontecimentos e sentimentos complexos, como morte, raiva, e felicidade “sem motivo”.

A história apresenta temas que muitas pessoas passam na infância, e que são difíceis de lidar , e que cada um interpreta de sua maneira; desde machucados na mão, até a morte de alguém querido. São essas passagens intensas que deixam o leitor incrivelmente envolvido com o enredo, forma de texto e sensibilidade do livro.

“Drelina, branca como pedra de sal, vinha saindo: -“Miguilim, o Ditinho morreu… “Miguilim entrou, empurrando os outros: o que feito uma loucura ele naquele momento sentiu”. A reação de Miguilim sobre uma situação difícil e intensa, em que os sentimentos se misturam, é explícita. Essa forma de apresentar esse excesso de sentimentos na cabeça de uma criança  despertam uma diferente forma de comoção em qualquer leitor. Uma forma de olhar para si quando tinham um olhar infantil sobre acontecimentos simples, e nesse ponto, se desenvolve a narrativa universal. “Campo Geral”, de uma forma ou outra, aconteceu, mesmo que de maneiras mais diferenciadas possíveis, com qualquer um que já passou pelo período da infância.

Uma história intensa e delicada, que mostra uma visão infantil da vida no Mutum, e com um final surpreendente. “Campo Geral” é uma narrativa para qualquer tipo de leitor experiente, emocionando adultos e jovens.

 

Uma História Sensível

Por: Gabriela Castilla Russo-Corrêa

Ficha técnica

Livro Resenhado: O Teorema Katherine

Autor: John Green

Numéro páginas: 304

Editora: Intrínsica

Colin é um menino muito inteligente , quase um gênio. Ele não tem muitos amigos, até que um dia um tal de Hassan entra na sua escola e vira seu melhor e único amigo. Após a sua namorada terminar com ele Hassan leva Colin para uma viagem de carro inesquecível. Eles param em várias cidades mas a cidade que quando vistiam decidem ficar chama-se Gunshot; onde a maioria da história se passa, na América do Norte. O longo livro ”O Teorema Katherine” conta a história do Colin, ele faz um teorema sobre seus relacionamentos com meninas chamadas Katherines, John conta a história de modo sensível.

Colin faz o teorema para saber no futuro se uma relacionamento vai durar e quem vai terminar com quem, para ele ficar preparado e porque o seu coração sempre é partido da 1ª até a 19ª (ele achava isso no começo do livro). Isso vai ficando mais claro, durante o livro, em momentos como quando pensa na Katherine 19ª e quando pensa como algumas Katherines terminaram com ele. O Teorema não funciona no final por um simples fato da vida, não podemos saber o futuro, como não podemos graficar o amor, isso mostra também a sensibilidade do livro. Ele só percebe que o trabalho de verão não funciona, no final… Isso é mostrado  quando começa a namorar a Lindsey, (ele decide tentar namorar outras meninas que não se chamam Katherine) com o Teorema ele acha que ela vai terminar com ele depois de 4 dias de namoro, mas quando acorda no quarto dia, ele percebe que ela não terminou com ele. Aí é quando ele percebe que o Teorema não iria funcionar. Essa sensibilidade se amplia durante o livro.

Outra coisa que demostra a sensibilidade do livro  é quando Colin levou um fora e está com um buraco grande no seu coração. Ele acha que já levou 19 foras, todas por Katherines. Durante a emocionate história esse buraco vai sendo preenchido por a sua amizade grande e boa com Hassan e também por Lindsey. O narrador conta os sentimentos do Colin, que faz com que a história fique mais sensivel ainda. Mas o livro também tem surpresas como o fato de o Colin descobrir que ele terminou com a Katherine 3, e quando ele percebe isso liga imediatamente para ela e pede mil desculpas.

John Green é um exelente escritor, ele sabe escrever muito bem livros tristes e que fazem você chorar e chorar. Ele escreve livros de dramas e românticos. Ele nesse livro tenta algo que nem muita gente gosta mas fez funcionar, ele escreveu o livro em terceira pessoa masainda com um narrador onisciente.  Algumas pessoas não gosta  muito do John Green, pois ele fez dois dos personagens mais queridos morreram no livro “Quem é você Alaska?” e “A Culpa das Estrelas”, mas assim é a vida.

 

O livro onde os sentimentos contam uma história

                                                                                           Por: Maria Luiza Vasconcellos Barbosa    

Ficha técnica

Título do Livro: O tigre

Autor: Kati Di Camillo

Número de páginas: 129

Editora: Martins Fontes

 

Rob é um menino pobre, que vive junto com o pai que trabalha em um hotel chamado Estrela do Kentucky. Ele tem uma vida difícil por causa do falecimento da mãe, e é tratado com intolerância e discriminação na escola por causa de uma alergia em sua perna. No enterro da mãe, o pai lhe ensinou que chorar não resolve nada e só causava mais tristeza, e a partir daí Rob guarda seus sofrimentos e sentimentos para si, e só os expressa quando desenha ou os talha na madeira, coisas que Rob ama fazer para passar o tempo.

Até que o menino, passeando no bosque antes de ir para a escola, encontra em um velho e abandonado posto, uma jaula que continha um tigre. Para Rob, o felino transmitia coragem, auto-confiança e força, ajudando-o a superar todas as suas dificuldades e sofrimentos.

Um livro belíssimo, repleto de fatos da vida, e que de maneira profunda e sensível, nos faz pensar sobre a discriminação e como isso afeta a pessoa que a sofre. A narrativa apresenta, de

maneira profunda e sensível, como algo simples, mas fora

do comum, pode inspirar uma criança em seus pensamentos e ser um amuleto de superação.

A história é contada de um jeito muito agradável e atraente, pois contém uma profunda sensibilidade da visão jovem, esperançosa e criativa por trás da história, um sentimento ou uma situação que todos passam quando jovens, como se sentir inferior ao outro, ou conhecer o seu primeiro amor.

Ao conhecer Sistina, Rob vive isso, como dá para comtemplar neste trecho: “Rob olhou para seu rosto estreito (…), para os olhos negros e começou a sentir uma coisa se abrir dentro dele. Era assim que se sentia quando começava a entalhar um pedaço de madeira, sem saber o que sairia, e depois de observá-lo bem, reconhecia algo. (…)”.

O modo que o autor descreve os sentimentos (“começou a sentir uma coisa se abrir dentro dele…”) é muito sensível e faz o leitor sentir que ele também sente isso na vida real.  No trecho acima,  o apreciador percebe que ele é o único que conhece os sentimentos de Rob, que, como o personagem, não os expressa para mais ninguém. Ou neste excerto do livro: “Rob sentou-se na cama e começou a entalhar o tigre. Tinha um bom pedaço de madeira de bordo, sua faca estava bem afiada e, mentalmente, conseguia enxergar o tigre. Mas na madeira acabou surgindo uma coisa diferente. Não era um tigre de jeito nenhum. Era uma pessoa de nariz pontudo, olhos pequenos e pernas finas. Só depois que começou a trabalhar no vestido que percebeu que estava entalhando Sistina.” Neste trecho, Rob entende seus sentimentos e se surpreende com eles, uma sensação que todos já tivemos quando criança.

Você ja conheceu alguém que tem uma vida difícil e quer ajudá-lo mas não sabe como? Ele precisa de um amuleto importante, que transmita força e superação. “O tigre” é um bom livro para começar.

 

 

 

História cômica feita para dar risadas

Ficha técnica:

Título do livro: Diário de um Banana                                                                               Por: Pedro Henrique Lourenço Fuchs

Autor: Jeff Kinney

Editora: V & R

Número de páginas: 217 (todos os livros da série “Diário de um Banana” têm 217 páginas)

O livro ” Diário de um banana”, escrito por Jeff Kinney, é uma obra que trata de maneira cômica a vida de um garoto que tenta ser popular na escola.  A linguagem é muito engraçada e sublime. Greg Haffley personagem principal da história tenta ser popular na escola a qualquer custo, para poder ficar na turma dos descolados e também ficar ao lado de garotas, mas o que realmente deixa a história cômica são as trapalhadas que Greg e seu melhor amigo Rowley fazem.

Outro motivo para a história ser ridiculamente cômica é que os dois melhores amigos vivem brigando de maneira infantil um com o outro. Podemos perceber isso no trecho,: “Falei para o Rowley que ele estava sendo bebezão e começamos a nos empurrar. Bem quando parecia que íamos entrar nas vias de fato, fomos emboscados na rua.”

Greg por ser narrador e personagem principal da história, quando narra fica mais rico no aspecto de comédia porque ele pode dar mais detalhes sobre confusões e sobre episódios acontecidos na história, pois Greg praticipou desses acontecimentos

A história também trata de várias linguagens geralmente usadas por adolescentes e crianças como por exemplo “boiola” que é uma palavra agressiva, homofóbica e que nesse contexto é engraçado. Mas quando tratamos desse tema na vida real não há graça nenhuma, porém as crianças podem se divertir com essas bobagens na vida real, ou seja, a narrativa mostra o cotidiano escolar com línguagem agressiva, preconceito, homofobia, bullying, as brincadeiras infantis que um amigo faz com o outro, como por exemplo o toque do queijo: uma pessoa deixou um queijo cair no chão do ginásio da escola em que Greg estuda e uma vez um gringo tocou no queijo e todos da escola começaram a gritar: Ele está com o toque do queijo!!!. Porém o garoto gringo voltou para o seu país e depois mais ninguém tocou no queijo. Ou também a caca de nariz: Um amigo do Greg o convida para ir a sua casa e depois de muito tempo enchendo, ele correu porque o Fregley, estava correndo atrás dele com uma caca de nariz, até que se tranca no banheiro e o Fregley manda uma carta com a caca de nariz para o Greg debaixo da porta e quando foi pegar a carta, ele tocou na caca e desmaiou, entre outros.

O bullying é usado na vida real como uma ofensa muito grave, mas no título “Diário de um banana” ele aparece em exagero, pois o seu personagem principal (Greg Haffley) sofre bullying dos adolescentes mais velhos da escola, porém faz Bullying com os mais novos da escola. O bullying já que na história é tratado de maneira exagerada, infantil e boba, é engraçado, nós esquecemos que isso acontece na realidade, o leitor poderia ficar incomodado com o tema, porém não fica.

As ilustraçōes do livro revelam traços simples, como o desenho de uma criança destacando ainda mais a infantilidade, a ingenuidade e o humor.

O “Diário de um banana” é um livro que trata sobre a convivência com seus familiares (principalmente com o Rodrick seu irmão mais velho), o bullying que ele faz e sofre dos mais velhos e sua amizade com Rowley, esses são vários assuntos sérios presentes na atualidade, e que no livro são tratados de maneira boba e infantil.

                                                                               

Uma Aventura Entre Pontos de Vista

 Por: Dora Mariani Moreau Stroeter

Ficha técnica

Título do Livro: “A História de Despereaux”

Ilustrador: Timothy Basil EringAutora: Kate DiCamillo

Editora: Martins Fontes

Número de Páginas: 255

Livro narrado de forma cômica, divertida e envolvente, “A História de Despereaux”, de Kate DiCamillo, é uma obra ideal para se ler com vontade. A história simples de um reino pacato com uma rainha morta e ratos por toda a parte é narrada por diversos pontos de vista e a transição de um para o outro flui no enredo

.A obra conta a inquieta história de Despereaux Tilling, um ratinho aventureiro que aprecia a música e a literatura, o que o torna diferente dos outros de sua colônia. Por este mesmo motivo, é condenado à escuridão da masmorra do castelo pelo grave crime de ter contato com humanos. Histórias terríveis são contadas sobre o lugar sombrio. O ratinho orelhudo consegue chegar a salvo no chão frio e sujo da masmorra escura, onde encontra um novo personagem, um prisioneiro do castelo, Gregório.

 É um homem confuso e estranho que se sente na mesma situação que o ratinho, preso e sem poder voltar para de onde veio. A narrativa agora se passa na vida de Roscuro, o rato de porão que tem certos problemas com o passado: certo dia, se interessa demais pela vida humana e acaba caindo em uma sopa, poderia ser a sopa de qualquer pessoa, mas foi a sopa mais mal escolhida de todo o universo. A da rainha, que morre (literalmente) de susto. Roscuro se arrepende profundamente pela morte da mulher, mas não tem escolha senão prender a si mesmo na masmorra e nunca mais voltar. “Daí em diante, Roscuro mostrou um interesse anormal e incomum por todos os tipos de iluminação. Na escuridão do calabouço, estava sempre à procura de luz, do menor brilho, do mais ínfimo lampejo. Sua alma de rato ansiava por luz, inexplicavelmente. Ele passou a achar que a luz era a única coisa que dava sentido à vida, e se desesperava por haver tão pouca luz.”Logo depois entra na história a empregada do castelo, Migalha Sementeira, ou Mig. A mulher rechonchuda e não compreendida tem o pior emprego do castelo: leva comida para os prisioneiros. “Nascida longe do castelo, menina tinha o nome da porca premiada preferida de seu pai (…) Num dia de feira, na primavera, logo depois da morte da esposa, ele vendeu a filha como criada por um punhado de cigarros, uma toalha de mesa vermelha e uma galinha (…) Migalha Sementeira chamava o homem que a tinha comprado de tio, seguindo ordens dele”.E assim a história vai contando, de modo curioso, a história de vida de cada personagem e de seu ponto de vista. O livro é muito cativante, as letras grandes e páginas repletas de imagens deixam a leitura cada vez mais prazerosa.

A obra ganhou o prêmio de best-seller do New York Times e foi traduzido para mais de trinta idiomas. “A História de Despereaux” foi transformado em um filme de animação pela Universal Pictures em 2008, devido ao sucesso do livro na época.

O teorema insolúvel

Por: Sofia de Andrade Camargo

Ficha técnica

Título do livro: O Teorema Katherine

Autor: John Green

Editora: Intrínseca

Número de páginas: 299

O emocionante livro “O Teorema Katherine”, de John Green, narra de maneira realista, romântica, envolvente e sensível, um adolescente que cai na estrada logo após levar mais um fora, junto ao seu amigo Hassan, em seu carro “Rabecão de Satã”. O protagonista, Colin Singleton, possui um jeito muito estranho de amar. Já teve 19 namoradas, todas chamadas Kathetrine. Não demorou muito tempo para colecioná-las, pois ele contou inclusive aqueles namoros de infância que duram minutos. Todas elas – individualmente falando- terminaram com ele. Porém seu namoro mais extenso fora com Katherine XIX, o mais doloroso e recente pé na bunda.  Já deu para saber que Colin não gosta de Katies, nem de Kats, nem Kitties, nem Cathys, nem Rynns, nem Trinas, nem Kays, nem – Deus o livre- Catherines.

A obra é muito sensível, pois durante um relacionamento, não podemos prever o futuro, não conseguimos saber quem termina com quem, é tudo por acaso e Colin vai percebendo isso ao longo do livro, ele acha que as Katherines nunca irão terminar com ele, mas, elas quase nunca levam um pé na bunda. Ele demonstra sensibilidade quando as meninas terminam com ele.

“-Colin.

-Sim, Katherine?

-Estou terminando com você.

-O que? Como? Porquê?

E assim se foi a K-1”

Apesar de este ser um livro inventado, você pode pensar que a história realmente aconteceu. Os detalhes da história são bem explicados, e fazem com que o leitor imagine exatamente o que acontece no livro. “Lindsay Lee Wells era linda de morrer, tinha cabelos tom marrom-avermelhado, olhos verdes como as folhas de uma árvore, e lábios vermelhos como sangue”.

Esta é uma obra de leitura forte e intensa, construída com exatidão de linguagem cotidiana, “O Teorema Katherine” é um exelente livro para jovens e adultos, emocionando e instigando a pensar. A melhor coisa deste livro é pensar se, quando Colin levar o último pé na bunda vai esquecer Katherine 19? Se ele vai esquecer, não só ela, mas todas as Katherines, e partir para a próxima? Esta sensação é muito boa de ter durante uma leitura.

Uma fantasia no Mundo da realidade

 Por: Laura Murakami Conte

Ficha técnica

Título do livro: A Culpa é das Estrelas

Autor: Jonh Green

Editora: Intrísnseca

Número de páginas: 283

Pensamos que os adultos sempre estão certos sobre o que fazer e o que não fazer, porém no livro ” A Culpa é das Estrelas”, percebemos que, às vezes os adolescentes podem ter uma visão melhor da sociedade em que vivemos, mesmo que sejam classificados como imaturos nesta sociedade. Ele  nos mostra que talvez não seja um total desperdício a juventude ser usada nos jovens. Vemos isto neste livro de Jonh Green, no qual é contada uma história inventada, porém verdadeira ao mesmo tempo. É como se fosse o que está escondido por trás dos romances e contos de fadas tipicamente terminados em “felizes para sempre”. Este livro é o romance fantástico do mundo real.

Ele é o mundo real dentro de um pequeno conto de fadas, pois apesar de o livro tratar sobre algo tão real e devastador como o câncer, ele fica quase oculto em meio a todos os acontecimentos do romance envolvente entre Hazel Grace e Augustus Waters. O câncer de Hazel dá para ela uma certeza que vai morrer, talvez amanhã, ou depois, porém ela sabe que irá morrer mais cedo do que os outros. Com a doença, os pais de Hazel ficam muito preocupados e seguem tudo o que a doutora Maria diz, sem nenhuma vírgula a mais, o que incomoda a adolescente. Uma das coisas que Hazel tem que fazer é o grupo de apoio com outras pessoas vítimas do câncer, e lá ela conhece Augustus e os dois se apaixonam, vivem felizes até que o inesperado acontece.

Se pensarmos, os adolescentes Hezel Lancaster e Augustus estão certos, não devemos nos reduzir a pensar no que poderá acontecer em um futuro ruim, pelo contrário, não devemos ver isto como algo que irá acabar com o “agora”, vemos isto no trecho a seguir:

” -Você chamou Van Houten de feio? – o Augustus perguntou.

-Continue, Gus. – falei para ele.

-Nau sou feiu. Você que é feia garota de nariz entubado!” (o erro de ortografia é proposital nesta parte do livro)

Vemos que neste momento o casal está representando de uma forma hilariante o encontro com Peter Van Houten, o escritor favorito de Hazel, também percebemos que Gus brinca com o câncer de Hazel, claro que ele sabe que a doença é algo grave, que pode acabar com a vida dos dois a qualquer momento, mas também sabe que não pode acabar com ele em um estalo de dedos. Assim, tira proveito disso, como algo divertido.

Também vemos que o câncer não os impede de realizar sonhos, como quando eles vão encontrar Van Houten em Amsterdã, mesmo que o encontro tenha sido um fracasso, o sonho de Hazel, de conhecer seu ex-escritor favorito na Holanda, foi realizado em uma viagem nada mais, nada menos que mágica e romântica.

Contudo, esta é uma leitura emotiva e verdadeira, desenvolvida por um olhar adolescente, mas que envolve leitores de todas as idades em seu enredo comovente e apaixonante.

 

A guerra dos botões

Por: Ramiro Carioba

Ficha técnica

Título: A Guerra dos Botões

Autor: Louis Pergaude

Ilustrador: Aude Soleilhac

Editora: Salamandra

Número de páginas: 48

 

O livro de Louis Pergaude “A Guerra de Botões”, apresenta uma história surpreendente, pois apresenta uma guerra por motivos aparentemente banais.

A historia deixa o leitor surpreendido, pois o livro conta sobre uma grande guerra entre crianças de aldeias distintas, em que o grande objetivo é não deixarem roubar seus botões ou rasgar suas roupas. Por exemplo, tem um momento no livro em que as crianças de uma das aldeias arrecadam  dinheiro para comprar botões e fazer remendos.

O que faz os motivos da guerra serem aparentemente banais, mas não realmente, é que eles estão lutando para que suas roupas não sejam rasgadas. Se chegassem com as roupas rasgadas em casa, iriam apanhar de seus pais. Na realidade as crianças não se importam com suas roupas, e sim seus pais, que teriam de comprar ou costurar novas. Isto é mostrado quando estão em sala de aula e um de seus amigos está se contorcendo de dor, porque seu pai o havia espancado.

Se você gosta de livros de ação, ou acha divertido, este livro é uma excelente amostra de uma guerra divertida.