Histórias em Quadrinhos em destaque na Biblioteca

por Fermín Damirdjian

Nada mais natural e óbvio do que considerar as imagens como um recurso potente e onipresente. Filmes, séries inteiras, um telejornal, uma partida de futebol cabem em nosso bolso, na palma da mão, em um quadradinho qualquer alocado em paralelo a uma reunião de trabalho ou uma aula magna. Tudo isso já sabemos. Mas pode ser bom rememorar um pouco como eram as imagens que cabiam na mão antes de recursos tecnológicos tão sofisticados.

A atual imagem da biblioteca brinda os transeuntes com uma farta vitrine de quadrinhos, que vão desde Corto Maltese, Flash Gordon e Asterix, a Laerte, Angeli e Glauco, sem deixar de passar por Mafalda e mangás, dentre muitos outros. As cores das capas saltam em uma prateleira que por si só já é uma grande página de um comic.

Obras de HQs em exposição na entrada da Biblioteca. Foto: Fermín Damirdjian

Roteiristas lendários, desenhistas impecáveis. E alguns autores que concentram ambas virtudes. Esse modo de desenhar quadros com imagens prestou-se fortemente a narrar histórias épicas, tanto quanto a retratar em um só cartum uma situação política instantânea, uma espécie de crônica ou artigo de opinião em linguagem gráfica. Livros clássicos, como a Ilha do Tesouro ou A Metamorfose, ganham vida em um recurso imagético e literário cujas origens remonta à indústria gráfica do início da Revolução Industrial.

A oferta desse recurso prosaico e rico, na Biblioteca da Vila das Juventudes, é um convite não apenas à história recente das tramas seriadas, mas também a uma linguagem que se mantém viva e ativa em época de alta tecnologia – quiçá hoje mais traduzida no sucesso dos mangás, mas com certeza não apenas por isso.

Em todo caso, fica feito o convite. As aventuras e desventuras resguardadas dentro dessas páginas não dependem de assinaturas nem de wi-fi. Basta abrir e ler.

Fermín Damirdjian – Orientador Educacional Ensino Médio

 

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