Stardust

Por Angela Müller de Toledo
A Vila de Wall tem esse nome porque no seu lado Leste existe um extenso muro de pedras cinzentas que a separa do reino das fadas. Só há uma abertura no muro, guardada por dois homens armados com bastões de madeira. Eles a vigiam para impedir a travessia das crianças do vilarejo ou de algum adulto distraído.

No entanto, uma vez a cada 9 anos, no festival da primavera, uma feira se instala na pradaria do lado de lá do muro. Nessa ocasião abre-se a passagem entre os dois mundos para o livre comércio e ambos os lados ficam lotados de forasteiros. No mercado das fadas vende-se de tudo: tecidos, flores, instrumentos musicais, sonhos engarrafados, camadas de crepúsculo, varinhas de poder, olhos de todos os tipos e cores, cremes, poções, comidas e bebidas.

A primeira frase desta fascinante obra já a inclui no tipo de narrativa na qual a fantasia e o imaginário norteiam o enredo:  “Certa vez, existiu um jovem que queria conquistar o Desejo de Seu Coração”.

A história tem um eixo central e vários episódios paralelos que se desenvolvem de maneira independente juntando-se no final. É um conto de fadas para jovens e adultos com características que lembram as aventuras de RPG (Role-playing games).  Há nela humor, romance e suspense, é rica em descrições detalhadas de paisagens, os valores são explícitos através das falas e comportamentos dos personagens, além, é claro, de muita aventura e magia.

As ilustrações são requintadas, oníricas. A dupla Neil Gaiman e Charles Vess é bastante conhecida dos apaixonados por quadrinhos. Fizeram juntos “Sonhos de uma noite de verão”, episódio premiado da série “Sandman”.

GAIMAN, Neil. Stardust. Ilust. Charles Vess. Trad. Ana Ban Pedroso. São Paulo: Conrad, 2001.