Leitura na programação de férias

Crianças lendo no jardim (Londres, Reino Unido)

Ler e ouvir histórias é uma atividade sempre presente, em diferentes situações da nossa rotina escolar, e a equipe da biblioteca está sempre disposta a participar desses momentos com nossas crianças.Para além das atividades do ano letivo, esse ano a escola ofereceu uma programação de férias em julho para as crianças da Educação Infantil, 1º, 2º e 3º anos, e se tem criança na escola, não pode faltar história!

 

Tivemos a oportunidade de encontrar com as crianças participantes da programação de férias, oferecendo leituras para todos os grupos. A escolha da história ficou a cargo da mediadora ou mediador que fez a leitura, e como geralmente acontece, as crianças adoraram! Um diferencial desse momento é a presença de crianças de diferentes idades em um mesmo grupo, o que traz trocas bastante significativas entre elas.

Associar o livro e a leitura com momentos de prazer, para além do estudo e das leituras obrigatórias, é uma ótima contribuição para o desenvolvimento da fruição leitora nas crianças!

E você, já leu um livro hoje?

Monumento garota lendo (Vladivostok, Russia)

Crianças lendo (Biblioteca Pública de Margate City, EUA)

Monumento ao escritor Alex Haley (Annapolis, EUA)

História das histórias em quadrinhos

por Lucas Meirelles

Yellow Kid, personagem criado por Richard Felton Outcault

Olás! Vamos contar um pouco sobre a grande história das histórias em quadrinhos!

Os quadrinhos, gibis, HQs fazem parte da vida de muitas leitoras e leitores. Dentre as muitas características, temos duas mais marcantes: são formados por duas partes: imagem e linguagem escrita e são usados balões para as falas, pensamentos, etc. Desde os primeiros quadrinhos até hoje, a narrativa dos acontecimentos com imagens (seja nas pinturas rupestres das cavernas, seja em páginas do Instagram) faz parte do ser humano.

A história das histórias em quadrinhos começa em meados do século XIX com algumas publicações em livros, algumas em jornais. Vários quadrinistas (talvez ainda não com esse nome) de diversos países começaram a publicar as primeiras histórias sequenciais em quadrinhos. Nota-se que histórias ilustradas, ilustrações com balões – principalmente em livros infantis – já eram comuns na época mas a palavra “sequenciais” revela esse marco fundador.

Revista em quadrinhos “Gibi”, lançada em 1939. Gibi, atualmente, é sinônimo de qualquer revista em quadrinhos no Brasil

As características dos assuntos dos primeiros quadrinhos eram bem diferentes entre si: havia quadrinhos com personagens mais infantis e histórias infantis; quadrinhos com temas políticos com histórias humorísticas; sátiras sobre o cotidiano, etc. Com o passar dos tempos, foram sendo absorvidos assuntos de outras mídias e os quadrinhos chamaram cada vez mais atenção no sentido da possibilidade de ser usado na comunicação.

A passagem dos jornais para revistas em quadrinhos foi gradual. Alguns personagens foram se destacando e ganhando revistas próprias e também do seu universo (por exemplo, surgiram primeiro as tiras dos personagens Cebolinha, Mônica, etc e depois se formou a Turma da Mônica). Os super-heróis e seus universos, aparecem nos anos 1930, nos quadrinhos, juntamente com a chamada “indústria dos quadrinhos”, onde nascem grandes editoras e quadrinistas e agências de distribuição (as comic strip syndication).

Há uma discussão iniciada nos anos 1960 sobre as graphic novels. São, por tradução, romances gráficos e são definidos como grandes histórias publicadas no formato de livro. Em uma comparação rasa com a literatura, as graphic novels seriam os grandes romances e as revistas em quadrinhos os livros de contos, novelas, crônicas. Porém há muita discordância e interpretações quanto ao uso do termo e essa segmentação dentro do universo das HQs.

Como exemplos de graphic novels, podemos elencar: Um contrato com Deus, de Will Eisner (que foi o primeiro quadrinhos que estampou a palavra graphi novel na capa); Persépolis, de Marjane Satrapi; Maus, de Art Spiegelman; Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons; As aventuras de Tintim, de Hergé; Retalhos, de Craig Thompson; Sandman, de Neil Gaiman; Corto Maltese, de Hugo Pratt; etc.

Como curiosidade, vocês sabem como se chamas as histórias em quadrinhos em outros lugares do mundo? Na França, é conhecido como bande dessinée; parecido com Portugal que é conhecido como banda desenhada ou história aos quadradinhos; em inglês é comics; em italiano, fumetti (tradução de “fumacinhas”, os balõezinhos que saem da boca das personagens); no Japão, são os mangás; nos países que falam espanhol são chamados de historietas.

A personagem “Mafalda”, criada pelo argentino Quino

Breve História das Bibliotecas

por Lucas Meirelles

Biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura (RJ)

Como parte das atividades realizadas pela equipe das bibliotecas após as férias entre maio e junho de 2020, a oficina “História das Bibliotecas” foi apresentada ao F2. Parte relato, parte apresentação, esse post apresenta também algumas outras curiosidades sobre a história das bibliotecas.

Biblioteca vem do grego, composto de biblion — “livro” e theca — “depósito”.

Mas antes de falar sobre como a humanidade tratou de organizar suas informações em bibliotecas, seus pergaminhos, papiros e livros, é importante falar antes sobre a mudança que os suportes da informação sofreram durante a história, sejam eles minerais, vegetais ou animais.

Os primeiros suportes de informação, possíveis de serem reunidos em uma biblioteca, foram os tabletes de argila nos quais, com o auxílio de pedras e cunhas, registravam-se as informações.

Imagem possível do acervo da Biblioteca de Alexandria

Depois apareceu o pergaminho (possivelmente com esse nome por conta da cidade de Pérgamo, onde também tinha uma grande biblioteca), feito de pele de animais como ovelhas, cabras e carneiros. Elas eram esticadas e tratadas quimicamente e fisicamente para ficarem lisas, limpas e claras o suficiente para escrever em cima. Bem próximo ao pergaminho, o papiro e tempos depois, o papel, apareceu para fechar os suportes vegetal, animal e, agora, o vegetal. O papiro vem da planta de mesmo nome e suas fibras eram trançadas para dar um aspecto liso e claro para a escrita poder ser feita.

As bibliotecas acompanharam a trajetória dos suportes e foram se organizando para as informações e a(s) história(s) serem preservadas. Na Antiguidade e até meados da Idade Média as bibliotecas eram principalmente lugares de registro e preservação do conhecimento. E é importante apontar que esse conhecimento era para poucos que sabiam ler e escrever e que, com isso, detinham o poder de decisão de como as informações circulavam.

Já na Grécia, começam as primeiras bibliotecas públicas e o espaço das bibliotecas também é utilizado em discussões, pesquisas, etc. E assim, esse espaço vai evoluindo, durante o período da Idade Média na Europa. Passam a figurar três tipos de biblioteca: monacais (mosteiros e conventos com seus monges copistas), particulares (principalmente de sacerdotes, reis e imperadores) e universitárias (início das primeiras universidades e maior possibilidade do conhecimento circular entre mais camadas das populações).

Da Idade Média aos dias de hoje as bibliotecas foram evoluindo, mudando práticas e pensando não só em registrar e preservar, mas em disseminar de forma organizada o conhecimento. E essa disseminação foi em grande parte ajudada pela revolução da imprensa, aperfeiçoada por Johannes Gutenberg e a invenção da prensa móvel, que facilitaram aos códices e ao livro ser mais difundido e popularizado.

Biblioteca da Universidade de Oxford

Para finalizar e pensando na história dos suportes, as bibliotecas digitais são uma volta às bibliotecas minerais, já que muitos componentes dos servidores nos quais as bibliotecas estão locadas, fazem parte de famílias dos minerais.

Então, fica o convite para conhecerem a World Digital Library, biblioteca criada em acordos entre Library of Congress, UNESCO e diversas bibliotecas particulares e nacionais do mundo todo, que reúne manuscritos, fotos, mapas e diversos outros documentos desde 8.000 a.C.!

NÃO SEI SE ESSA HISTÓRIA É DE AZAR OU DE SORTE

Alunos do G1

Antes de se entregar à exploração da caixa de gibis e demais livros, o G1 acompanhou a leitura de O guardião da bola. O narrador, Zinho, começa e termina a história com o comentário: “Não sei se essa história é de AZAR ou de SORTE”. Finda a leitura, vem a pergunta:

– Quanto a vocês, quem já teve SORTE ou AZAR?
Uma pequena e delicada mão levanta antes das muitas outras e dispara contando que já teve sorte:
– Eu tinha uma boneca que perdeu as duas pernas e minha babá encontrou uma delas e consertou.
Por um instante, parou, pensou e concluiu:
– Eu tive os dois. Sorte e azar! ”

Título: O Guardião da Bola

Autor: Lúcia Hiratsuka

Editora: Moderna

39 p.

 

PLANTÃO DE LEITURA

por Fernanda de Lima Passamai Perez

Todos os dias antes do início das aulas do período da tarde, os alunos que chegam um pouco antes do horário de entrada vêm à biblioteca para uma leitura de livre escolha.

Esse é um dos momentos em que as crianças gostam de explorar as estantes ou ler gibis – que são sempre muito concorridos, assim como um pedaço no tapete para se entregar ao prazer da leitura.

DRUFS E O LIVRO DA FAMÍLIA

Por Paula Lisboa

Os 3ºs anos do Ensino Fundamental realizam um elaborado projeto chamado “Livro da Família”.

O projeto tem uma série de etapas que envolvem tanto conteúdos de Ciências Sociais – Memória e História: quem somos nós? – quanto de Práticas de Linguagem – produção de história de infância e a produção final de um livro individual contando a sua própria história.

Falar em família é também pensar em diversidade. Afinal, o leque de opções para a formação familiar é amplo e envolve aceitar diferenças relativas a diversos aspectos: número de pessoas, pais separados ou juntos, casados de novo ou solteiros, crianças que perderam um dos pais, que moram com avós, que são adotivas, que são filhos de relações homoafetivas, pais ou mães que viajam muito ou moram fora, pais ou mães que criam seus filhos sozinhos…

Para contribuir com a reflexão, convidamos os alunos para vir à biblioteca ouvir a leitura de uma história da brilhante autora e ilustradora Eva Furnari. Em DRUFS, seu último livro lançado em 2016, Eva apresenta “certas coisinhas interessantes (ou desinteressantes) que os alunos da professora Rubi escreveram sobre suas próprias famílias” – mais ou menos o que nossas crianças estão fazendo.

Durante a leitura os alunos se mantiveram bastante envolvidos e levantaram questões importantes de serem ouvidas, acolhidas e esclarecidas.

– Ah, já sei, ela deve ser filha adotiva!

– Ah essa família é igual na minha casa: cada um tem um pai, mas todos têm a mesma mãe.

– Coitado, o pai dele morreu…

– Eles são muito engraçados!!

– Mas ela tem dois pais mesmo ou um deles é o padrasto?

– Eu também, sou a única diferente da minha família, todo mundo é parecido, só eu que não!

– Eu percebi que cada família é diferente e também que cada um tem o seu jeito de apresentar a sua família…

E eu, mais uma vez, percebi que as histórias são um poderoso meio para provocar reflexão, se colocar no lugar do outro e trazer questões pessoais à tona. =)

FURNARI, Eva. Drufs. São Paulo: Moderna, 2016.

VISITA DA ESCRITORA PAULINE ALPHEN

Em 31 de agosto de 2012 recebemos a visita da autora Pauline Alphen, autora de Os Gêmeos, que falou sobre sua experiência com a literatura e sobre qual a sensação de ter um livro seu adotado para leitura num clube de leitura como o VILALÊ.

Assista a seguir alguns trechos deste descontraído encontro:

 

RODA LIVRE COM O 5º ANO

Na Roda Livre são apresentados títulos desafiantes ou novos no acervo para os alunos. No entanto, neste encontro com o 5ºD os alunos puderam apresentar títulos que já conheciam do acervo para seus colegas. Acompanhe um pouco a apresentação de alguns títulos:

RODAS DE CONTOS E DE BIOGRAFIAS

No mês de maio as bibliotecas José Mindlin e Tatiana Belinky receberam os alunos dos 8ºs e 9ºs anos para participarem de rodas de leitura. O tema escolhido para os 8ºs foi o conto, enquanto os alunos dos 9ºs anos discutiram a biografia.

Abaixo um pequeno vídeo com alguns momentos das rodas sobre o conto:

PESQUISA EM LIVROS DE ANIMAIS

No mês de maio recebemos na Biblioteca Tatiana Belinky a turma do 2ºC para um encontro diferente: pesquisa em livros de animais. Separamos vários livros informativos sobre o tema. Coube aos alunos pesquisar nos livros e anotar o nome e algum dado curioso a respeito do animal escolhido. Mais tarde, em grupo, foram decididos os animais que fariam parte do estudo dos animais.