NÃO SEI SE VÃO GOSTAR DE MANGÁ

Não sei se vão gostar de mangá porque é lido ao contrário e outros leitores podem estranhar e não gostar. Mas esse é bem divertido. Fiquei com um pouco de dó do Kimba porque ele teve que se separar da mãe quando era recém-nascido, num navio, para não ir para o zoológico como sua mãe.

Caio, 5º ano

Título: Kimba, o leão branco

Autor: Osamu Tezuka

Editora: New Pop

 

VOU LER DE NOVO!

Eis que uma aluna descobre que a bibliotecária não acompanhou por completo a busca empreendida por Christopher atrás do assassino do cão da vizinha. Segundo Duda: um crime! Mesmo afirmando que este livro estava na sua lista de leituras, ela ouve a apaixonada leitora narrar a história TODA.

– É o primeiro livro ‘da escola’ que eu adorei ler. Vou ler de novo! – diz a menina.

É, leitura compartilhada combina com leitura de deleite, sim! Como outros alunos também manifestaram a mesma animação da colega, um convite para registrar a opinião deles foi feito. No entanto, como ninguém quer passar vergonha alheia sozinho, segue a  recomendação coletiva.

 

Título: O estranho caso do cachorro morto

Autor: Mark Haddon

Editora: Record

287 p.

 

 

QUE O AUTOR NÃO CONTE TUDO DE UMA VEZ

Isabel entra na biblioteca e pede que a bibliotecária faça com ela a mesma ‘pesquisa’ que fez com sua colega para então lhe sugerir um livro.

– Que tipo de livro você gosta?
Bel, para os íntimos, deseja um livro legal, que tenha aventura, que pode ter animais, de ação, com suspense – mas não muito-, sem piada sem graça e sem terror – ela não gosta. Ah, e que o autor não conte tudo de uma vez…
Respostas registradas e informações cruzadas, as duas seguem para a estante e o primeiro título é apresentado à decidida leitora: Um leão em família. Ela olha meio desconfiada. No entanto pouco a pouco verifica que os títulos dos capítulos indicam que narrativa apresenta todos dos elementos que ela indicou na ‘pesquisa’. Porém, antes de se decidir Bel ainda dá uma olhada em Lili, a bruxa, mas desiste assim que descobre que o livro que tem em mãos é mais desafiante, segundo a bibliotecária. 

Livro e leitora deixam a biblioteca juntos e felizes. Será que a pesquisa funciona mesmo? 

Isabel, 10 anos

Título: Um leão em família

Autor: Luiz Puntel

Editora : Àtica

128 p.

O VERDADEIRO HEROI A GENTE SÓ CONHECE NO FINAL

Eu indico esse livro porque pude conhecer um personagem, Erik, que me encantou com sua coragem e lealdade à família. O livro retrata a vida de um grupo de aventureiros que viaja atrás do Novo Mundo. No decorrer da viagem travam batalhas pela sobrevivência de si próprios e do grupo. O verdadeiro herói a gente só conhece no final.

Luan, 11 anos.

 

Titulo: Erik Vermelho, os Vikings na América
Autor: Helena Gomes
Editora: Berlendis & Vertecchia
256 p.

 

O MUNDO ATRAVÉS DE “O JARDIM SECRETO”

por Maria Eduarda Pamponet Lavi
6ºB – Unid. Butantã

Livro: O jardim secreto
Editora: 34
Autor: Frances Hodgson Burnett
252 páginas

O livro “O jardim secreto” relata a história de uma menina muito rica e mimada, que morava na Índia. Ela perde sua família em uma crise de cólera e, assim, é levada para morar com o tio em Londres. Lá, não recebe mimos da mesma forma que antes. Ela tem que resolver suas coisas sozinha e, com isso, descobre um jardim cheio de segredos.

Frances Hodgson Burnett escreve uma obra na qual são representados fatos tristes, mas que nos fazem refletir que sempre há um lado bom, mesmo em situações de tristeza.

O fato de Mary Lennox ter perdido sua família, faz ela ficar com ódio e tristeza, por não receber mais os mimos de antes. Pensando que, enquanto seus pais estavam vivos, nem a davam atenção, e que assim, Mary teve uma infância triste, a pobre menina termina deprimida. Mas no meio desses trágicos acontecimentos, existiam também fatos bons.

Primeiramente, Mary encontra o Jardim secreto. Assim que ela o encontrou, ficou encantada. Naquele momento, ela achou uma forma de se divertir e fica, de certa forma, feliz. “…, afastou a cortina de hera que balançava e empurrou a porta, que se abriu devagar, bem devagar. Depois, se esgueirou, passou e fechou a porta atrás de si, ficando com as costas encostadas nela, olhando em volta, ofegante de emoção, maravilhamento e encantamento. Estava dentro do jardim secreto.”. O jardim foi uma forma de distração e fuga para a dor que a pobre menina sentia.

Em segundo lugar, Mary conhece um menino que anda de cadeira de rodas, tem a pele muito branca, pois não tinha contato com o sol, que não sai de seu quarto, que quase não vê seu pai, e que ela descobre que é seu primo, filho de seu tio, o dono daquela mansão. Ao ver o estado de seu primo, quis ajudá-lo,  levando-o para o jardim, e assim os dois ficam muito próximos. “Então ela andou até a porta, empurrou-a até abrir, e num instante estava no quarto.” Em uma cama havia um menino deitado chorando, “O menino tinha um rosto bonito e delicado, muito pálido, cor de marfim, com os olhos que pareciam grandes demais. Tinha também muito cabelo, caído sobre a testa em cachos grandes, que faziam o rosto parecer menor.”. Ela ganha um amigo, com quem se diverte muito.

Esse livro é uma obra que causa a qualquer um, de qualquer idade, uma ansiedade de querer lê-lo cada vez mais e descobrir os mistérios do Jardim Secreto.

SACI-PERERÊ, O BASTIÃO DA CULTURA POPULAR BRASILEIRA

Por Fernanda de Lima Passamai Perez

Sabe aquele leite que sua mãe diz azedou mesmo estando na validade e dentro da geladeira? O quarto que você deixou arrumado de e, de repente, tá todo revirado? E a lição de casa? Na hora de entregar à professora você percebe que o texto que você levou horas redigindo não existe mais. Sumiu! E o livro da biblioteca.  Você tem certeza, jura de pé junto, que o devolveu, pois não o encontra em casa, mas a bibliotecária insiste que não.

Pois é, mesmo que você não acredite. Mesmo que você more na cidade.  Cuidado, você pode ter sido mais uma vítima do Saci. Sim, do Saci-Pererê. Só pode ser! Preste atenção! Você já notou quando mal a noite cai, do nada um assobio forte, inumano, chega aos seus ouvidos. Pode ter certeza, é o dito cujo saindo do esconderijo e começando suas travessuras.

Ainda não está convencido? Então é melhor você ler O Saci-Pererê: o resultado de inquérito.

A ideia de tal investigação veio a Monteiro Lobato quando escrevia a coluna “Mitologia brasílica” para a edição matutina do jornal O Estado de São Paulo e “a angústia do gás asfixiante e a selvageria dos modos civilizados de matar em grande” advinda das notícias sobre a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) o incomodavam profundamente. As diabruras do maroto desviou sua atenção “para quadro mais ameno que trucidar povos”. (Anos mais tarde o autor retomaria o tema no imperdível e, ainda atual, A chave do tamanho (1942) quando através da boneca Emília tenta desligar a chave da guerra no auge da 2º Guerra Mundial).

A partir de 1917, Monteiro Lobato começou o levantamento de dados focado no mito tupi-guarani na região de fronteira do Brasil e Paraguai, chamado de Çaa cy perereg – olho mau saltitante. Nas relatos mais antigos, o maroto possuía características demoníacas como rabo, chifres e cheiro de enxofre, porém ao longo do tempo, ganhou pito, gorro vermelho e teve a tonalidade de sua pele alterada.

Os relatos vieram de vários lugares do Brasil, alguns anônimos, e contribuíram para que o criador de mundo mítico do Sítio do Pica-pau Amarelo reunisse em o que podemos chamar de Documento, histórias que resgatam a cultura popular e ainda são capazes de nos causar arrepios e divertir.

Hoje, 31 de outubro comemora-se o Dia do Saci-Pererê. Tenho que certeza de que você ou alguém que você conhece tem uma história na ponta da língua para contar.

LOBATO, Monteiro. O Saci-Pererê, resultado de um inquérito. São Paulo: Globo, 2008.

E NÃO SOBROU NENHUM

por Fernanda de Lima Passamai Perez

Ao largo da costa de Devon, Inglaterra, fica a Ilha do Soldado. O lugar virou destaque na imprensa depois que um milionário norte-americano construiu uma moderna e luxuosa casa onde dava festas extravagantes e muito comentadas. Contudo, em pouco tempo, a ilha mudou de dono. A jovem esposa do proprietário sofria de enjoo do mar e ele teve que vender a casa e a ilha.  Segundo se dizia, a propriedade foi comprada por um tal sr. Owen e posteriormente pela Srta. Gabrielle Turnl, estrela de Hollywood. Só isso já bastava para despertar a curiosidade daquelas dez pessoas que receberam um inesperado convite para um final de semana na famosa Ilha do Soldado.

Nenhum dos hóspedes parecia se conhecer ou ter sido convidado pela mesma pessoa. O fato é que é todos pareciam ter algo em comum : o envolvimento na morte de alguém no passado. Pelo menos foi essa a alegação do anfitrião – que revelou-se mesmo ser o sr. Owen. Após o jantar da primeira noite, através de uma uma voz inesperada, inumana e penetrante, ele expôs a acusação que recaía sobre cada uma das pessoas presentes naquela casa.

A partir desse momento, uma espécie de julgamento sumário aconteceu e mesmo alegando inocência, negando as acusações, as sentenças foram executadas tal aquela canção infantil dos Dez Soldadinhos… até não sobrar nenhum!

E não sobrou nenhum, de Agatha Christie, conhecida como a Rainha do Crime,  é um thriller psicológico e um dos mais conhecido romances da autora. Publicado inicialmente como o Caso dos dez negrinhos (Ten little nigers) na Inglaterra em 1939, o título causou polêmica no mercado americano e foi alterado para Ten little Indians e mais tarde para And Then were none. No Brasil, o livro chegou a ser publicado nos anos 50 com o título de O Caso dos Dez Negrinhos, e desde 2008, com o título de E Não Sobrou Nenhum.

Apesar das polêmicas em torno do título, a história segue divertindo leitores ao redor do mundo que são fisgados pela elaborada narrativa na qual toda palavra pode ser uma pista para tentar descobrir o criminoso antes do final.

Um último aviso : o desfecho sempre é surpreendente!

CHRISTIE, Agatha. E não sobrou nenhum. São Paulo: Globo, 2015.

MÔNICA É DALTÔNICA?

por Lucas Meirelles 

A Turma da Mônica vem ganhando nova roupagem. Desde 2015 apareceram álbuns com histórias antigas da Turma com ilustradores que não os  habituais dos estúdios Maurício de Sousa.

“Mônica é daltônica?” (1970) é o primeiro da série e inaugura com o traço de Odilon Moraes. Os diálogos são em grande parte respeitados com o original,  mas as personagens estão um pouco diferentes do que estamos acostumados. No final da história aparecem esboços do novo ilustrador e imagens das  histórias que saíram no gibi da época. A história começa com os meninos, capitaneados por Zé Luís (irmão da Mônica), bolando um ~plano infalível~  para enganar a Mônica e fazer com que ela pare de bater nos outros.

É muito interessante pelo fato de fazer uma troca de formatos: sai de histórias em quadrinhos e chega transformado em literatura. O modo de leitura  muda, pois não há quadros, balões e um sistema para ler, assim como expande as ilustrações, trazendo novos significados para a obra.

É um bom modo de ler Turma da Mônica. Quem não conhece, passa a conhecer as personagens e quem já conhece, se deleita com a lembrança da  história.

SOUSA, Maurício de. Mônica é daltônica?. São Paulo: Companhia das Letrinhas: Maurício de Sousa Editora, 2015. 47 p. (Turma da Mônica).