O MAL QUE PODE SER CONSIDERADO ALGO BOM?

Livro: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Editora: Rocco
Autor: J.K. Rowling
190 páginas

A obra “Harry Potter e a pedra filosofal”, da autora J.K Rowlings, é um livro de suspense, aventura e fantasia, que mostra a bruxaria como algo que pode ser bom, diferentemente do senso comum, que acha que a bruxaria é algo negativo ou maléfico. No livro, vários integrantes da sociedade de bruxos são pessoas boas e que fazem o bem.
Sendo o primeiro livro da saga de Harry Potter, publicado em 1997, mostra a bruxaria e o mundo dos bruxos como algo bom, onde, em uma escola no meio da floresta, um monte de crianças estudam para no futuro se tornarem bons bruxos, encarando novos desafios, aprendendo novos truques e ficando mais maduros.
Essa escola de bruxos é especial, tendo o nome Hogwarts e sendo composta por quatro casas, pois os alunos moram na escola enquanto estudam, voltando para a casa de seus pais ou familiares somente nas férias. Estas casas são: Gryffindor, Ravenclaw, Slytherin e Hufflepuff. Em Gryffindor há um bruxo especial chamado Harry Potter. Ele é um menino bem pequeno e órfão, pois seus pais morreram quando ele era bebê, tendo que enfrentar um dos maiores vilões desta escola e destes bruxos já no seu primeiro ano de escola. O vilão, chamado Voldemort, foi o responsável pela morte de seus pais. Neste primeiro livro, Voldemort busca uma pedra que está escondida em Hogwarts e que poderá deixá-lo mais forte e preparado para dominar o mundo dos bruxos.
Nesta obra, a bruxaria é mostrada como algo positivo, de pessoas boas e de bom coração. Pode-se usar como exemplo alguns dos personagens do livro, como o bruxo Hagrid, um gigante amigo de Harry Potter que mora numa pequena casa na floresta de Hogwarts.
“Hagrid secou o nariz com o dorso da mão e disse:
Ah, isso me lembra. Trouxe um presente para você.
Não é um sanduíche de carne de arminho, é?- perguntou Harry ansioso e, finalmente, Hagrid deu uma risadinha.
Não, Dumbledore me deu folga ontem para eu providenciar. Claro, devia mais é ter me demitido. Em todo o caso, trouxe isto para você…
Parecia ser um belo livro encadernado em couro. Harry abriu-o, curioso. Estava cheio de retratos de bruxos. De cada página, sorrindo e acenando para ele, estavam sua mãe e seu pai.
Mandei corujas para todos os velhos amigos de escola de seu pai e sua mãe, pedindo fotos… Eu sabia que você não tinha nenhuma… Gostou?
Harry nem conseguia falar, mas Hagrid compreendeu.” (pag. 259)
Neste trecho, Hagrid, um dos melhores amigos de Potter, consegue montar um álbum de fotografias para Harry, que fica emocionado. Vê-se que Hagrid, mesmo tendo uma aparência assustadora e sendo do mundo dos bruxos, possui grande pureza no coração, capaz de imensos sacrifícios para fazer feliz seu grande amigo Potter.
Por outro lado, os tios de Harry Potter, que não são bruxos, são extremamente malvados com ele, como se observa na passagem a seguir:
“Chegaram à estação de King’s Cross às 10:30h.Tio Valter jogou a mala de Harry num carrinho e empurrou-o até a estação para ele. Harry achou o gesto curiosamente bondoso até tio Valter parar diante das plataformas com um sorriso maldoso.
Bom, aqui estamos, moleque. Plataforma nove, plataforma dez. A sua plataforma devia estar aí no meio, mas parece que ainda não a construíram, não é mesmo?
Ele tinha razão, é claro. Havia um grande número nove de plástico no alto de uma plataforma e um grande número dez, no alto da plataforma seguinte, mas no meio, não havia nada.
Tenha um bom período letivo – disse tio Valter com um sorriso ainda mais maldoso. E foi-se embora sem dizer mais nada.
Harry se virou e viu o carro do Dursley partir. Os três estavam rindo.” (p. 82)
Para deixar mais claro que ser bruxo não é uma coisa tão ruim quanto parece, ao contrário do que pensam as pessoas que têm medo deles, neste livro a maioria dos bruxos são boas pessoas, ao contrário da família trouxa de Harry Potter (no livro trouxa quer dizer pessoas normais, não bruxos) que não gosta dele e o trata como um problema e um intruso.
O livro mostra que nós não precisamos ter medo do que é diferente, mas devemos entender e respeitar a diferença, pois nem sempre tudo será igual a você.
Portanto, se você conhece uma criança ou um adulto que não é fã de ler, este livro será uma boa escolha para uma criança conhecer as magias de um bruxo, ou um adulto que poderá entender informações um pouco mais aprofundadas como ver a bruxaria de algo diferente de que a criança vê.

O QUE TEM DE OCULTO NOS CONTOS DO LIVRO: TODO MUNDO QUER VER O MORTO

por Lorenzo Morariu Barboa
6ºB – Unid. Butantã

Livro: Todo Mundo Quer Ver O morto
Editora: Patuá
Autor: Natália Zuccala
140 páginas

Natália Zuccala escreveu um livro chamado “Todo mundo quer ver o morto”, para a editora Patuá, com mini contos de 4 a 7 páginas, que alguns poderiam ensinar como prevenir o ser humano. Fora disso, o livro é muito bom, com contos que farão você pensar sobre eles, mas com sua vantagem, sempre terá desvantagens. Como: alguns contos são muito difíceis para um jovem. Este conto a seguir será um deles.

“Era só”, um dos contos mais para o meio da leitura deste livro, que fala sobre, muitas pessoas que se rodearam para ver o morto, aonde no final se explica que Era só algo diferente. Mas com essa informação, sabemos que a curiosidade do ser humano pode ser exagerada o suficiente para não enterrar o morto. E têm uma hora, quando a personagem que conta a história fala o seguinte: “Aí que o morto morreu de novo mesmo. No chão duplamente morrido e sem luto.”, A frase “Duplamente morrido”, afirma que era apenas uma pessoa dormindo ou desmaiada, mas aí depois de tanto tempo perdeu a graça, e descobriram que morreu de verdade o corpo no chão. Agora descobrimos que às milhares de pessoas que ficaram envolta do corpo não fizeram questão de verificar se estava vivo mesmo, e ficou por tanto tempo que morreu. A partir dessa ideia, consigo afirmar que a curiosidade humana é um de seus pecados mais perigosos quando a preguiça da procura de informações vai junto. Sendo assim, sabemos que o humano é curioso e preguiçoso, não ajudando, só vendo ou rindo. Mas dependendo da pessoa ela ajudará.

O conto chamado “Jaqueline” é um conto que fala de uma menina jovem falando para sua amiga ou objeto ou ser imaginário, o livro não afirma com quem ou o que ela está falando, que as esquinas são os lugares mágicos na rua. E explica que quase foi atropelada da primeira vez que tentou atravessar a rua, e que presenteou vários acidentes de carro, enquanto, “ficava” lá. Tem essa hora em que no começo da história ela fala que “da primeira vez quando minha mãe abriu a porta, saí correndo para ver o de fora, e fechou a porta atrás de mim”, significa que ela foi abandonada e gostou. Isso fala que os pais dela não queiram-na em suas vidas, e a transformou em uma mendiga muito jovem. Não sabemos quantos anos ela tem, enquanto conta a história, mas sabemos que faz um ano desde seu abandono. Na minha opinião, boa parte dos mendigos em São Paulo são pessoas abandonadas por suas famílias. Com isso, as doenças mentais podem ter causado tudo isso, e provavelmente foi esse o caso com a mãe dessa menina, que supostamente tem o nome de Jaqueline.

Esta resenha ficaria muito longa se estivessem todos os contos citados , mas vocês podem fazer o que eu fiz e encontrar outros significado nas histórias deste livro maravilhoso quando forem lê-lo.

ONDE HÁ VILÕES SEMPRE HAVERÁ HERÓIS

por Artur Almora da Silva Diaz
6ºB – Unid. Butantã

Livro: Coração de Aço
Editora: ALEPH
Autor: Brandon Sanderson
392 páginas

“Em uma cidade chamada Nova Chicago, eu estava com meu pai em um banco muito grande e cheio de decorações, quando  de repente chegou um èpico*¹, que estava matando muitas pessoas e inclusive um bebê na frente da mãe e de todo mundo que estava por ali. De repente apareceu um homem muito grande e forte voando em cima do teto destruído do banco. Todos estavam achando que ele era um super herói, e que iria nos salvar mas…”

O autor escolhe um menino para ser o narrador do livro, mas não sabemos o nome dele. Podemos perceber que o narrador é uma criança e como é um livro fantástico, ele, como qualquer outra, exagera na hora de contar a história, e por causa disso o leitor fica muito atraído pelo livro.

Coração de Aço é um vilão muito forte e perigoso, ele é capaz de tudo que quer, além disso, um assassino que mata pessoas inocentes e pessoas que os provocam. O pai do menino é uma das vítimas do vilão, que o provocou, enfrentando-o, assim o vilão ficou nervoso e acabou matando-o na frente do menino. Conforme o problema da cidade e dos cidadãos vai aumentando, Coração de Aço vai se apoderando e deixando mais medo às pessoas. As ações deste vilão deixam com que o leitor fique muito mais interessado no livro e sinta os sentimentos dos vilões e os inocentes que sofrem por causa  dos vilões.

O livro “Coração de Aço”, escrito por Brandon Sanderson, é uma história de ação e aventura. Ele escreve de uma forma que o leitor imagine em sua cabeça tudo que ele transmite, descrevendo o lugar muito bem detalhado e deixa o leitor atraído pelo livro.

Se você  for ler esse livro, lembre desta frase “Onde há vilões sempre haverá heróis”, pois estará lá quando chegar no final da história.

 

AMPLIANDO AS POSSIBILIDADES ÉTNICAS NOS CONTOS DE FADAS

Por Paula Lisboa

Já falamos um pouco aqui sobre a importância dos contos de fadas na formação leitora das nossas crianças. Como parte do universo dos contos de tradição popular, os contos de fadas estão presentes em todas as culturas, com variações a depender de seu país e cultura de origem.

Façamos aqui outra reflexão: para além das narrativas em si, quais são as referências étnicas e culturais trazidas pelo mundo encantado das histórias mais difundidas entre nós, cujos autores e compiladores são de origem européia? Basta uma rápida pesquisa no google para constatar:

Cinderela: sempre loira de olhos azuis / Rapunzel: loira de olhos verdes, às vezes com cabelo castanho claro / Cachinhos Dourados: loira de olhos azuis / Joãozinho e Maria: cabelos castanhos por vezes loiros, mas sempre de pele branca

Não é difícil imaginar que a representação de um universo exclusivamente branco possa afetar diretamente a autoestima das crianças não brancas, assim como limitar a formação de referências étnicas de todas as crianças. Isso se torna ainda mais preocupante em um país como o nosso, onde mais da metade da população é de pretos ou pardos (54% em 2015, segundo dados do IBGE).

Foi com esta preocupação que Ronaldo Simões Coelho e Cristina Agostinho criaram magistralmente estes recontos incríveis, ambientados nas diversas regiões do Brasil. Para completar, Walter Lara ilustrou de maneira belíssima as princesas, príncipes, bruxas, monstros e animais, partindo do nosso imaginário cultural.

Vale a pena conhecer e ler para as crianças toda a coleção, já preparados para os questionamentos que é bem provável que possam aparecer. É importante estarmos abertos para a reflexão, e se ficar sem respostas podemos também expor nossas dúvidas. Afinal de contas, há quanto tempo vemos as princesas sempre brancas e loiras, não é mesmo?

AGOSTINHO, Cristina; COELHO, Ronaldo Simões. Afra e os três lobos-guarás. Belo Horizonte: Mazza, 2013.

AGOSTINHO, Cristina; COELHO, Ronaldo Simões. Joãozinho e Maria. Belo Horizonte: Mazza, 2013.

AGOSTINHO, Cristina; COELHO, Ronaldo Simões. Rapunzel e o Quibungo. Belo Horizonte: Mazza, 2012.

AGOSTINHO, Cristina; COELHO, Ronaldo Simões. Cinderela e Chico Rei. Belo Horizonte: Mazza, 2015.

SACI-PERERÊ, O BASTIÃO DA CULTURA POPULAR BRASILEIRA

Por Fernanda de Lima Passamai Perez

Sabe aquele leite que sua mãe diz azedou mesmo estando na validade e dentro da geladeira? O quarto que você deixou arrumado de e, de repente, tá todo revirado? E a lição de casa? Na hora de entregar à professora você percebe que o texto que você levou horas redigindo não existe mais. Sumiu! E o livro da biblioteca.  Você tem certeza, jura de pé junto, que o devolveu, pois não o encontra em casa, mas a bibliotecária insiste que não.

Pois é, mesmo que você não acredite. Mesmo que você more na cidade.  Cuidado, você pode ter sido mais uma vítima do Saci. Sim, do Saci-Pererê. Só pode ser! Preste atenção! Você já notou quando mal a noite cai, do nada um assobio forte, inumano, chega aos seus ouvidos. Pode ter certeza, é o dito cujo saindo do esconderijo e começando suas travessuras.

Ainda não está convencido? Então é melhor você ler O Saci-Pererê: o resultado de inquérito.

A ideia de tal investigação veio a Monteiro Lobato quando escrevia a coluna “Mitologia brasílica” para a edição matutina do jornal O Estado de São Paulo e “a angústia do gás asfixiante e a selvageria dos modos civilizados de matar em grande” advinda das notícias sobre a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) o incomodavam profundamente. As diabruras do maroto desviou sua atenção “para quadro mais ameno que trucidar povos”. (Anos mais tarde o autor retomaria o tema no imperdível e, ainda atual, A chave do tamanho (1942) quando através da boneca Emília tenta desligar a chave da guerra no auge da 2º Guerra Mundial).

A partir de 1917, Monteiro Lobato começou o levantamento de dados focado no mito tupi-guarani na região de fronteira do Brasil e Paraguai, chamado de Çaa cy perereg – olho mau saltitante. Nas relatos mais antigos, o maroto possuía características demoníacas como rabo, chifres e cheiro de enxofre, porém ao longo do tempo, ganhou pito, gorro vermelho e teve a tonalidade de sua pele alterada.

Os relatos vieram de vários lugares do Brasil, alguns anônimos, e contribuíram para que o criador de mundo mítico do Sítio do Pica-pau Amarelo reunisse em o que podemos chamar de Documento, histórias que resgatam a cultura popular e ainda são capazes de nos causar arrepios e divertir.

Hoje, 31 de outubro comemora-se o Dia do Saci-Pererê. Tenho que certeza de que você ou alguém que você conhece tem uma história na ponta da língua para contar.

LOBATO, Monteiro. O Saci-Pererê, resultado de um inquérito. São Paulo: Globo, 2008.

DIÁRIO DE BLUMKA

por Lucas Meirelles

“Literalmente, acabou de chegar!” 🙂

“Diário de Blumka”, lançamento da autora Iwona Chmielewska, traz uma adaptação do diário da menina Blumka que, junto de outras 200 crianças viveu sob os cuidados de Janusz Korczak (1878-1942). As ilustrações são de uma delicadeza e uma sofisticação muito grandes. Tantos detalhes e tanta simplicidade. A poesia perpassa as palavras e as imagens.

Korczak, dentre outras tantas profissões/ vocações, foi pedagogo e teórico de educação e dirigiu um orfanato (descrito no livro). Lá as crianças tinham tamanha autonomia que um tribunal onde as decisões eram tomadas pelas próprias crianças foi criado. Pela leitura do texto a paixão pela educação e, principalmente, pelas crianças vai aumentando.

CHMIELEWSKA, Iwona. Diário de Blumka. São Paulo: Pulo do Gato, 2017. 70 p. ISBN 9788564974807

DRUFS E O LIVRO DA FAMÍLIA

Por Paula Lisboa

Os 3ºs anos do Ensino Fundamental realizam um elaborado projeto chamado “Livro da Família”.

O projeto tem uma série de etapas que envolvem tanto conteúdos de Ciências Sociais – Memória e História: quem somos nós? – quanto de Práticas de Linguagem – produção de história de infância e a produção final de um livro individual contando a sua própria história.

Falar em família é também pensar em diversidade. Afinal, o leque de opções para a formação familiar é amplo e envolve aceitar diferenças relativas a diversos aspectos: número de pessoas, pais separados ou juntos, casados de novo ou solteiros, crianças que perderam um dos pais, que moram com avós, que são adotivas, que são filhos de relações homoafetivas, pais ou mães que viajam muito ou moram fora, pais ou mães que criam seus filhos sozinhos…

Para contribuir com a reflexão, convidamos os alunos para vir à biblioteca ouvir a leitura de uma história da brilhante autora e ilustradora Eva Furnari. Em DRUFS, seu último livro lançado em 2016, Eva apresenta “certas coisinhas interessantes (ou desinteressantes) que os alunos da professora Rubi escreveram sobre suas próprias famílias” – mais ou menos o que nossas crianças estão fazendo.

Durante a leitura os alunos se mantiveram bastante envolvidos e levantaram questões importantes de serem ouvidas, acolhidas e esclarecidas.

– Ah, já sei, ela deve ser filha adotiva!

– Ah essa família é igual na minha casa: cada um tem um pai, mas todos têm a mesma mãe.

– Coitado, o pai dele morreu…

– Eles são muito engraçados!!

– Mas ela tem dois pais mesmo ou um deles é o padrasto?

– Eu também, sou a única diferente da minha família, todo mundo é parecido, só eu que não!

– Eu percebi que cada família é diferente e também que cada um tem o seu jeito de apresentar a sua família…

E eu, mais uma vez, percebi que as histórias são um poderoso meio para provocar reflexão, se colocar no lugar do outro e trazer questões pessoais à tona. =)

FURNARI, Eva. Drufs. São Paulo: Moderna, 2016.

E NÃO SOBROU NENHUM

por Fernanda de Lima Passamai Perez

Ao largo da costa de Devon, Inglaterra, fica a Ilha do Soldado. O lugar virou destaque na imprensa depois que um milionário norte-americano construiu uma moderna e luxuosa casa onde dava festas extravagantes e muito comentadas. Contudo, em pouco tempo, a ilha mudou de dono. A jovem esposa do proprietário sofria de enjoo do mar e ele teve que vender a casa e a ilha.  Segundo se dizia, a propriedade foi comprada por um tal sr. Owen e posteriormente pela Srta. Gabrielle Turnl, estrela de Hollywood. Só isso já bastava para despertar a curiosidade daquelas dez pessoas que receberam um inesperado convite para um final de semana na famosa Ilha do Soldado.

Nenhum dos hóspedes parecia se conhecer ou ter sido convidado pela mesma pessoa. O fato é que é todos pareciam ter algo em comum : o envolvimento na morte de alguém no passado. Pelo menos foi essa a alegação do anfitrião – que revelou-se mesmo ser o sr. Owen. Após o jantar da primeira noite, através de uma uma voz inesperada, inumana e penetrante, ele expôs a acusação que recaía sobre cada uma das pessoas presentes naquela casa.

A partir desse momento, uma espécie de julgamento sumário aconteceu e mesmo alegando inocência, negando as acusações, as sentenças foram executadas tal aquela canção infantil dos Dez Soldadinhos… até não sobrar nenhum!

E não sobrou nenhum, de Agatha Christie, conhecida como a Rainha do Crime,  é um thriller psicológico e um dos mais conhecido romances da autora. Publicado inicialmente como o Caso dos dez negrinhos (Ten little nigers) na Inglaterra em 1939, o título causou polêmica no mercado americano e foi alterado para Ten little Indians e mais tarde para And Then were none. No Brasil, o livro chegou a ser publicado nos anos 50 com o título de O Caso dos Dez Negrinhos, e desde 2008, com o título de E Não Sobrou Nenhum.

Apesar das polêmicas em torno do título, a história segue divertindo leitores ao redor do mundo que são fisgados pela elaborada narrativa na qual toda palavra pode ser uma pista para tentar descobrir o criminoso antes do final.

Um último aviso : o desfecho sempre é surpreendente!

CHRISTIE, Agatha. E não sobrou nenhum. São Paulo: Globo, 2015.

MÔNICA É DALTÔNICA?

por Lucas Meirelles 

A Turma da Mônica vem ganhando nova roupagem. Desde 2015 apareceram álbuns com histórias antigas da Turma com ilustradores que não os  habituais dos estúdios Maurício de Sousa.

“Mônica é daltônica?” (1970) é o primeiro da série e inaugura com o traço de Odilon Moraes. Os diálogos são em grande parte respeitados com o original,  mas as personagens estão um pouco diferentes do que estamos acostumados. No final da história aparecem esboços do novo ilustrador e imagens das  histórias que saíram no gibi da época. A história começa com os meninos, capitaneados por Zé Luís (irmão da Mônica), bolando um ~plano infalível~  para enganar a Mônica e fazer com que ela pare de bater nos outros.

É muito interessante pelo fato de fazer uma troca de formatos: sai de histórias em quadrinhos e chega transformado em literatura. O modo de leitura  muda, pois não há quadros, balões e um sistema para ler, assim como expande as ilustrações, trazendo novos significados para a obra.

É um bom modo de ler Turma da Mônica. Quem não conhece, passa a conhecer as personagens e quem já conhece, se deleita com a lembrança da  história.

SOUSA, Maurício de. Mônica é daltônica?. São Paulo: Companhia das Letrinhas: Maurício de Sousa Editora, 2015. 47 p. (Turma da Mônica).

“PODE PEGAR!”, DE JANAÍNA TOKITAKA

por Paula Lisboa

Sabemos que as histórias e os livros infantis têm grande potencial formativo, ajudando na construção da identidade da criança, criando suas primeiras referências de heróis e heroínas. Considerando isso, não podemos ignorar a necessidade de oferecer contos onde não só os meninos mas também as meninas cumpram papel principal, indo além do lugar associado à fragilidade e dependência.

Em seu novo livro “Pode Pegar”, Janaína Tokitaka – autora e ilustradora formada aqui na Escola da Vila – apresenta a história de dois coelhinhos que trocam livremente de roupas e acessórios, sem se importar se isso é “de menino” ou “de menina”. No começo da história eles estão claramente caracterizados como “menino” e “menina”, mas depois do troca-troca já não sabemos mais quem é quem. Afinal o que importa é a liberdade de brincar, experimentar e se divertir! E assim, de maneira sutil e delicada, a autora desconstrói os estereótipos de gênero e deixa no ar a pergunta: o que faz uma roupa ser de menino ou de menina?

Leia mais sobre a discussão proposta pelo livro aqui e aqui!


Janaina: ‘Escrevi o livro com a esperança de que as crianças de hoje se tornem adultos livres, leves e felizes’

TOKITAKA, Janaina. Pode pegar! São Paulo: Boitatá, 2017.