Dez sugestões de leitura em capítulos para crianças de 6 a 8 anos

Por Paula Lisboa

Tem tanto livro bom publicado por aí que é praticamente impossível fazer uma lista curta com os melhores livros infantis e infantojuvenis. A lista que vamos apresentar aqui é apenas uma pincelada de dez títulos que consideramos boas opções de leitura para realizar com as crianças nos primeiros anos do Fundamental 1.

Lembrando sempre que um bom livro não tem uma idade certa para ser lido, na verdade podemos considerar que a indicação etária é mais no sentido de “a partir de”, e não como um recorte absoluto. Ou seja, esses livros também podem ser lidos e apreciados por crianças mais velhas.

Vale lembrar que na hora de oferecer um livro para a criança devemos considerar se ela vai fazer a leitura sozinha, o que requer mais maturidade e capacidade leitora, ou com a mediação de um adulto, que pode tirar dúvidas, trazer informações, oferecer apoio na compreensão.

Também quero aproveitar para lembrar que é possível consultar o acervo das nossas bibliotecas direto da sua casa. Basta clicar nesse link de acesso ao acervofazer a busca pelo título ou autor, e ter acesso ao número de exemplares assim como às sinopses de cada livro.

Aqui estão nossas dez sugestões de livros com sucesso garantido entre as crianças de 6 a 8 anos!

CARRANCA, Adriana. Malala, a menina que queria ir para a escola. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2015. 95 p.

Malala Yousafzai quase perdeu a vida por querer ir para a escola. Ela nasceu no vale do Swat, no Paquistão, uma região de extraordinária beleza, cobiçada no passado por conquistadores como Gengis Khan e Alexandre, o Grande, e protegida pelos bravos guerreiros pashtuns – os povos das montanhas. Foi habitada por reis e rainhas, príncipes e princesas, como nos contos de fadas. Malala cresceu entre os corredores da escola de seu pai, Ziauddin Yousafzai, e era uma das primeiras alunas da classe. Quando tinha dez anos viu sua cidade ser controlada por um grupo extremista chamado Talibã. Armados, eles vigiavam o vale noite e dia, e impuseram muitas regras. Proibiram a música e a dança, baniram as mulheres das ruas e determinaram que somente os meninos poderiam estudar. Mas Malala foi ensinada desde pequena a defender aquilo em que acreditava e lutou pelo direito de continuar estudando. Ela fez das palavras sua arma. Em 9 de outubro de 2012, quando voltava de ônibus da escola, sofreu um atentado a tiro. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. A jornalista Adriana Carranca visitou o vale do Swat dias depois do atentado, hospedou-se com uma família local e conta neste livro tudo o que viu e aprendeu por lá. Ela apresenta às crianças a história real dessa menina que, além de ser a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da paz, é um grande exemplo de como uma pessoa e um sonho podem mudar o mundo.

 

COLFER, Eoin. Pânico na biblioteca. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. 94 p.

Em PÂNICO NA BIBLIOTECA, o irlandês Eoin Colfer ― vencedor do British Book Awards e WH Smith, prestigiosos prêmios de literatura infantil na Inglaterra ― cria uma história que é diversão garantida para leitores dos oito aos oitenta anos. Colfer conta a história de uma família para lá de movimentada, com cinco irmãos muito levados e amigos cheios de planos infalíveis.

 

 

 

 

 

 

 

DAHL, Roald. Matilda. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014. 254 p.

Matilda adorava ler. Passava horas na biblioteca, lendo um livro atrás do outro. Mas, quanto mais ela lia e aprendia, mais aumentavam seus problemas. Os pais viam televisão o tempo todo e achavam muito estranho uma menina gostar tanto de ler. A diretora da escola achava Matilda uma fingida, pois ela não acreditava que uma criança tão nova pudesse saber tantas coisas. Depois de mil peripécias, em que tentou se livrar da tirania dos pais e da diretora, Matilda acabou encontrando a compreensão de uma professora, srta. Mel, com quem foi morar.

 

 

 

 

 

 

 

LENAIN, Thierry. A estranha Madame Mizu. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2006. 94 p.

Enredo ágil, personagens consistentes e fidelidade ao humor das crianças são as características básicas dessa história sobre uma menina e uma velha que habitam o mesmo prédio. Zoé mora no andar de baixo, madame Mizu mora no andar de cima. Zoé é solitária: não tem irmãos e seus pais ficam fora de casa o tempo todo, trabalhando sem parar. Madame Mizu, por sua vez, é bruxa. Ou melhor: só pode ser – mas se de fato é ou não é, eis uma questão que só será resolvida no fim do livro. Na sua solidão, Zoé tem bons motivos para se assustar com os ruídos estranhos que vêm do apartamento de cima (bengaladas e gargalhadas, por exemplo). Mas ela é corajosa também, e tem uma imaginação que sempre inventa novas maneiras de provocar a bruxa. Mas cutucar a onça com vara curta pode ser uma brincadeira muito perigosa…

 

 

 

LINDGREN, Astrid. Píppi Meialonga. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2018. 207 p. 

Autora de mais de oitenta livros já traduzidos para mais de setenta línguas, a sueca Astrid Lindgren escreveu “Píppi Meialonga” em 1945, como presente para os dez anos de sua filha. Píppi é uma menina de nove anos incrivelmente forte. Não tem pai nem mãe e mora sozinha, mas feliz da vida. Seus companheiros são um cavalo e um macaquinho. Ela mesma faz suas roupas – bem esquisitas – e sua comida – biscoitos, panquecas e sanduíches. Destemida e sapeca, lembra a Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Píppi tem sempre uma resposta na ponta da língua e demonstra grande confiança em si mesma. Dá uma surra em cinco meninos brigões, engana os policiais que querem levá-la para um lar de crianças, põe dois ladrões a correr e enfrenta um touro a unha. Nada convencional, causa espanto e confusão por onde passa, seja na escola, no circo ou na casa de seus vizinhos. É, enfim, uma menina que realiza sonhos de liberdade e aventura. Absolutamente encantadora.

 

 

LISPECTOR, Clarice. O mistério do coelho pensante e outros contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2010. 78 p. 

Coelhos não pensam como a gente, mas podem ter idéias e descobrir coisas. Eles compreendem o mundo com o nariz. Franzindo e desfranzindo o narizinho, Joãozinho, o coelho pensante, cheirava idéias. A primeira idéia que cheirou foi uma maneira de fugir da gaiola de ferro. Escapava sempre que não tinha comida, mas, depois, tomou gosto pela liberdade e fugia para passear, descobrir o mundo e visitar a namorada e os filhotinhos. Como conseguia sair da gaiola, ninguém até hoje soube explicar. Quem sabe se franzindo bem o nariz a gente consiga ‘cheirar’ alguma idéia e descobrir esse mistério…

 

 

LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2019. 247 p. 

Reinações de Narizinho é o primeiro de uma série de livros que abriria as porteiras do Sítio do Picapau Amarelo para os pequenos leitores do Brasil. Com seu universo único e encantador, as aventuras que Narizinho, Pedrinho, Emília e tantos outros personagens vivem nos arredores do Sítio e no Reino das Águas Claras marcaram a história da literatura brasileira e consagraram Monteiro Lobato como o grande nome de nossa literatura infantojuvenil. Esta nova edição de luxo, organizada por Marisa Lajolo, vem acompanhada por um texto introdutório que explica o contexto cultural da época de publicação do livro e debate as questões polêmicas relacionadas à obra de Monteiro Lobato. Traz também notas de rodapé em formato de diálogo entre as personagens, que explicam o vocabulário e os costumes do Brasil da década de 1920, além de ilustrações que reinterpretam a turma do Sítio.

 

 

ONDJAKI. A bicicleta que tinha bigodes: estórias sem luz elétrica. Rio de Janeiro: Pallas, 2012. 86 p. 

Esse livro é um verdadeiro abraço de amizade e de solidariedade. A Rádio Nacional de Angola promove um concurso e oferece como grande prêmio uma bicicleta para a criança que escrever a melhor história. Esse é o pano de fundo para a ficção emocionante de Ondjaki, que nos remete à fantasia presente na infância – amizade, ternura, descobertas –, mas também ao reflexo nas crianças do processo político do país. Nos damos conta, entre outras tantas coisas, que a busca por algo pode ser mais valiosa que a própria conquista. E que viver boas histórias pode ser tão, ou mais emocionante, que saber inventá-las.

 

 

 

 

 

 

PENTEADO, Maria Heloisa. A outra Marina. São Paulo: Global, 2004. 40 p. 

Em A Outra Marina, a criança será seduzida pela curiosidade, coragem e sensibilidade da personagem. Marina sabia, tinha certeza, que Dona Lili tinha um segredo. Um segredo dela e do mar. Precisava descobrir. Porém, o que a menina não sabia era que, ao descobrir o local onde a velha arranjava aquelas belezas de conchas vendidas aos turistas, viveria duas experiências. Uma seria perigosíssima – Dona Lili era uma bruxa terrível e assustadora. A outra, maravilhosa – o encontro de uma outra Marina. Igualzinha a ela. Uma outra Marina para poder brincar, brigar e enfrentar as maldades da velha feiticeira. Imaginação ou realidade?

 

 

 

 

SOMMER-BODENBURG, Angela. O pequeno vampiro. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 135 p. 

Anton adora ler histórias de terror, principalmente de vampiros, aqueles seres terríveis, com dentes enormes e afiados. Mas Anton nunca tinha ouvido falar de um vampiro como Rüdiger. É um vampiro muito simpático que, como Anton, também gosta de ler. Com ele dá até para brincar de “mocinho e bandido”.

 

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